sexta-feira, 25 de março de 2016

As gerações em seus prováveis papéis.



Muitas vezes nos fazemos perguntas sobre nossa existência limitada e bruscamente interrompida. Ao mesmo tempo temos tanto valor e outras vezes nenhum.
Pensar que a vida pode durar apenas 10, 80, 90 anos comparado a eternidade é quase nada e quando vemos alguém partindo a sensação é muito intrigante, pois “parece” que tudo que ela realizou findou ali perdendo seu sentido, e então perguntamos, para quê valeu seu viver,  onde essa pessoa chegou ?
Sem dúvida olhar pelo lado físico, deixa a vida sem sentido e anônima no universo.
Porém existem outros lados da vida além de um corpo material que dura pouquíssimos anos.
Existe a vida espiritual para quem crê e a vida emocional para quem é sensível.
Tudo que fazemos e realizamos estamos contribuindo na construção dos mundos invisíveis ( espiritual e emocional ).  Nosso bem e nosso mal realizados, conquistam seus lugares na história contada e construída através da nossa vida. Por isso às vezes valemos tanto e outras não valemos muito.
Quando construímos o bem, ele pode ser semi internalizado através de nós, quando praticamos o mal ele pode durar mas certamente terá seu fim. Realizar o mal é sinal de não representarmos nada na eternidade. Reproduzir o mal é sinal de que nossos anos vividos na terra não teve muito significado, porque ele será superado pelo bem.
O bem recebido através dos nossos pais, que receberam de nossos avôs, que receberam de nossos bisavós, que receberam de nossos tataravós, chegaram a nós, e através de nós chegarão aos nossos filhos, aos nossos netos, aos nossos bisnetos, que serão levados em outras gerações. Nosso mal também faz o mesmo percurso, porém quando se encontra com bem, se desfaz. Porque o mal pode ser vencido pelo simples fato de que a vida começa do bem, do amor e é concluída também pelo amor, logo ele tem tempo marcado para findar.
O mal não tem vida em si mesmo, ele é um elemento criado, diferente do bem e do amor que não é criado, é existente. O amor é o Criador, e o Criador é o amor.
Nossa existência, ao sermos concebidos, somos recebidos primeiramente pelas mãos do Criador e das mãos Dele alguém nos segura (médicos, mamãe, papai),
Nossos pais nos ensinam, nos passam princípios e valores (o bem invisível) e um dos papéis deles é nos preparar para atingirmos independência e autonomia. Nossos pais nos oferecem o ninho e nele a segurança. Ao crescermos, aos poucos, vamos nos fortalecendo e recebendo asas. Dessas asas fortalecidas nos preparamos para os vôos.
Ao iniciarmos nossos vôos, é necessário sabermos que a partir disso iniciamos a construir nossas histórias sem nossos pais físicos, terrenos. É importante sabermos algumas coisas de nós mesmos, da nossa identidade.
Do colo, do ninho, vivido e transmitido por nossos pais, receberemos princípios como o amor, a bondade, a ética, a moral, e o fundamento da fé, da existência do Criador.
Chegando a maior idade, nossos pais dirão: vão, voem, construam suas histórias ...
Honrar nossos pais significa na prática colocar em prática os princípios aprendidos por eles, voarmos além deles e apresentar à eles o fruto dos ensinamentos que nos deram através das nossas conquistas. Os pais nos oferecem, através dos exemplos deles próprios e nos preparam para que possamos oferecer da mesma forma aos nossos filhos. Assim se torna a seqüência da vida, recebemos dos nossos pais para oferecermos a nossos filhos, que receberão e oferecerão aos filhos deles. Nossos filhos olharão com gratidão para nós ao perceberem que as conquistas deles não foram para nos devolver, mas para oferecerem aos que virão deles. Somente os pais egoístas geram filhos para voltarem para eles, como se a vida fosse uma troca, eu te dou para você me dar de volta. Não, a vida não é uma troca, mas uma doação seqüencial pois esse processo atingirá uma longa distância, e com isso seremos quase que eternizados. O que damos aos filhos não deve voltar para nós, mas deve ser aprimorado pelos que vierem.
A etapa de conclusão da tarefa dos pais é  entregar os filhos nas mãos do Criador no período que nos lança para voarmos. Isso para cada um acontece numa idade... o importante é que aconteça.
Saímos do colo dos pais e somos recebidos novamente pelas mãos do Criador. Ele como no momento do nosso nascimento nos recebe com amor, dessa vez para nos acompanhar em nossos vôos. E agora então, em nossas dificuldades estará conosco para nos orientar e nos guiar. Por isso é tão importante que nossos pais já tenham nos mostrado a existência Dele. Quando nossos filhos crescem com a orientação de que existe um Deus que cuida de tudo e de todos, nessa etapa da vida eles saberão que além dos pais terrenos eles também poderão contar com a presença invisível do Pai Criador principalmente porque Esse Pai enxerga longe, enxerga tudo aquilo que o pai terreno não consegue enxergar.
O Pai Criador estando com eles, os ensinarão na prática do bem, o bem que quase os internalizarão.
Pensar na vida assim, faz com quê percebamos que a vida tem um sentido espiritual, afetivo e físico. E o valor de cada um está nessa seqüência acima. O último e que tem bem menos valor é o físico, ele termina às vezes aos 10, 80, 90 anos. Sua importância é sem medida ao considerarmos que precisamos do corpo físico para materializar os valores invisíveis – espírito e afeto. Sem o corpo somos fantasmas, sem o espírito e afeto somos esqueleto.
Usei algumas vezes o termo semi eternos, ou semi eternalizados, considerando que quem nos eternaliza é o Criador. Quando nosso corpo finda, nossos órgãos param, o primeiro que nos recebe para nos conduzir a eternidade novamente é o Criador. Somos Dele, fomos planejados, feitos, criados por Ele.  No momento que partimos daqui, que findamos nossa história aqui, Ele nos recebe e nos conduz à eternidade. Ele quem nos torna eternos, através Dele que é o Eterno.
O que nos torna semi-eterno? O amor que experimentamos e doamos,  o bem que praticamos.
O que nos torna eternos?  Àquele que não foi criado, mas que é a existência. Àquele que nos criou e que implantou em nós a imagem e semelhança Dele – o Eterno.


Iseli – Agosto/15.