Muitas vezes
nos fazemos perguntas sobre nossa existência limitada e bruscamente
interrompida. Ao mesmo tempo temos tanto valor e outras vezes nenhum.
Pensar que a
vida pode durar apenas 10, 80, 90 anos comparado a eternidade é quase nada e
quando vemos alguém partindo a sensação é muito intrigante, pois “parece” que
tudo que ela realizou findou ali perdendo seu sentido, e então perguntamos, para
quê valeu seu viver, onde essa pessoa
chegou ?
Sem dúvida
olhar pelo lado físico, deixa a vida sem sentido e anônima no universo.
Porém
existem outros lados da vida além de um corpo material que dura pouquíssimos
anos.
Existe a
vida espiritual para quem crê e a vida emocional para quem é sensível.
Tudo que
fazemos e realizamos estamos contribuindo na construção dos mundos invisíveis (
espiritual e emocional ). Nosso bem e nosso
mal realizados, conquistam seus lugares na história contada e construída através
da nossa vida. Por isso às vezes valemos tanto e outras não valemos muito.
Quando construímos
o bem, ele pode ser semi internalizado através de nós, quando praticamos o mal
ele pode durar mas certamente terá seu fim. Realizar o mal é sinal de não
representarmos nada na eternidade. Reproduzir o mal é sinal de que nossos anos
vividos na terra não teve muito significado, porque ele será superado pelo bem.
O bem
recebido através dos nossos pais, que receberam de nossos avôs, que receberam
de nossos bisavós, que receberam de nossos tataravós, chegaram a nós, e através
de nós chegarão aos nossos filhos, aos nossos netos, aos nossos bisnetos, que
serão levados em outras gerações. Nosso mal também faz o mesmo percurso, porém
quando se encontra com bem, se desfaz. Porque o mal pode ser vencido pelo
simples fato de que a vida começa do bem, do amor e é concluída também pelo
amor, logo ele tem tempo marcado para findar.
O mal não
tem vida em si mesmo, ele é um elemento criado, diferente do bem e do amor que
não é criado, é existente. O amor é o Criador, e o Criador é o amor.
Nossa
existência, ao sermos concebidos, somos recebidos primeiramente pelas mãos do
Criador e das mãos Dele alguém nos segura (médicos, mamãe, papai),
Nossos pais
nos ensinam, nos passam princípios e valores (o bem invisível) e um dos papéis
deles é nos preparar para atingirmos independência e autonomia. Nossos pais nos
oferecem o ninho e nele a segurança. Ao crescermos, aos poucos, vamos nos
fortalecendo e recebendo asas. Dessas asas fortalecidas nos preparamos para os
vôos.
Ao
iniciarmos nossos vôos, é necessário sabermos que a partir disso iniciamos a
construir nossas histórias sem nossos pais físicos, terrenos. É importante
sabermos algumas coisas de nós mesmos, da nossa identidade.
Do colo, do
ninho, vivido e transmitido por nossos pais, receberemos princípios como o
amor, a bondade, a ética, a moral, e o fundamento da fé, da existência do
Criador.
Chegando a
maior idade, nossos pais dirão: vão, voem, construam suas histórias ...
Honrar
nossos pais significa na prática colocar em prática os princípios aprendidos
por eles, voarmos além deles e apresentar à eles o fruto dos ensinamentos que
nos deram através das nossas conquistas. Os pais nos oferecem, através dos
exemplos deles próprios e nos preparam para que possamos oferecer da mesma
forma aos nossos filhos. Assim se torna a seqüência da vida, recebemos dos
nossos pais para oferecermos a nossos filhos, que receberão e oferecerão aos
filhos deles. Nossos filhos olharão com gratidão para nós ao perceberem que as
conquistas deles não foram para nos devolver, mas para oferecerem aos que virão
deles. Somente os pais egoístas geram filhos para voltarem para eles, como se a
vida fosse uma troca, eu te dou para você me dar de volta. Não, a vida não é
uma troca, mas uma doação seqüencial pois esse processo atingirá uma longa
distância, e com isso seremos quase que eternizados. O que damos aos filhos não
deve voltar para nós, mas deve ser aprimorado pelos que vierem.
A etapa de
conclusão da tarefa dos pais é entregar
os filhos nas mãos do Criador no período que nos lança para voarmos. Isso para
cada um acontece numa idade... o importante é que aconteça.
Saímos do
colo dos pais e somos recebidos novamente pelas mãos do Criador. Ele como no
momento do nosso nascimento nos recebe com amor, dessa vez para nos acompanhar
em nossos vôos. E agora então, em nossas dificuldades estará conosco para nos
orientar e nos guiar. Por isso é tão importante que nossos pais já tenham nos
mostrado a existência Dele. Quando nossos filhos crescem com a orientação de
que existe um Deus que cuida de tudo e de todos, nessa etapa da vida eles
saberão que além dos pais terrenos eles também poderão contar com a presença
invisível do Pai Criador principalmente porque Esse Pai enxerga longe, enxerga
tudo aquilo que o pai terreno não consegue enxergar.
O Pai
Criador estando com eles, os ensinarão na prática do bem, o bem que quase os internalizarão.
Pensar na
vida assim, faz com quê percebamos que a vida tem um sentido espiritual,
afetivo e físico. E o valor de cada um está nessa seqüência acima. O último e
que tem bem menos valor é o físico, ele termina às vezes aos 10, 80, 90 anos.
Sua importância é sem medida ao considerarmos que precisamos do corpo físico
para materializar os valores invisíveis – espírito e afeto. Sem o corpo somos
fantasmas, sem o espírito e afeto somos esqueleto.
Usei algumas
vezes o termo semi eternos, ou semi eternalizados, considerando que quem nos
eternaliza é o Criador. Quando nosso corpo finda, nossos órgãos param, o
primeiro que nos recebe para nos conduzir a eternidade novamente é o Criador.
Somos Dele, fomos planejados, feitos, criados por Ele. No momento que partimos daqui, que findamos
nossa história aqui, Ele nos recebe e nos conduz à eternidade. Ele quem nos
torna eternos, através Dele que é o Eterno.
O que nos
torna semi-eterno? O amor que experimentamos e doamos, o bem que praticamos.
O que nos
torna eternos? Àquele que não foi
criado, mas que é a existência. Àquele que nos criou e que implantou em nós a
imagem e semelhança Dele – o Eterno.
Iseli –
Agosto/15.