terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Felicidade III - Amar

Luz, vida, paz e simplicidade.

Estou concluindo o que gostaria de falar a respeito de felicidade, manteiga e mel (Is.7:15)

Desde que iniciei essa reflexão, simbolizei o alimento manteiga e mel associando-o a uma condição de maturidade, equilíbrio e paz. Aquele menino de quem o Profeta falou era Jesus – o Cristo. Ele passaria a se alimentar de manteiga e mel como que findando uma etapa e iniciando outra. Ele estava amadurecendo, adquirindo consciência, fugindo do mal e escolhendo o bem.

Só há uma maneira de adquirirmos isso: estando Nele e Ele em nós.

Na espiritualidade do Cristo, que é o filho encarnado do criador de todas as coisas, quem não amadurece não ama o bem, não consegue ser feliz.

Ele não fala do amor criado pelo homem que é o amor romântico, Ele fala do amor que vem Dele.
Para amar com esse amor que vem Dele precisamos escolher estar Nele para então adquirirmos um coração puro.

(01) Escolher estar Nele.
Estar Nele depende somente de nós porque Ele está em nós desde que nos criou – “Criou Deus o homem a sua imagem e semelhança” – ELE se fez em nós ao nos criar. Se Ele está em nós, só depende do nosso SIM para que o Espírito Dele reaviva em nosso ser. Então Ele estará em nós e nos Nele.

(02) Adquirirmos um coração puro depende em partes de nós porque somos nós que precisamos discernir o bem fugindo do mal, em partes Dele que estando em nós, nos limpa do mal.

De que mal estou falando? De todo tipo de mal que produzimos dentro de nós e do mal que nos deixamos influenciar através de tudo que vem de fora de nós, permitido por nós.
Ao ser produzido dentro de nós nos torna tão infelizes.

São eles: arrogância, prepotência, inveja, ganância, mentira, vingança, egoísmo, mistura da covardia com a onipotência. Tudo isso somado com todo tipo de influencia que vem fora de nós são os causadores de nossa doença emocional e da nossa falta de paz.
Se quisermos ser felizes é preciso amar - Amar a nós mesmos, amar a todos como amamos a nós. Assim estaremos amando também como Ele nos ama. Um vínculo espiritual e humano - emocional.

Cristo disse:
Felizes são os pacificadores,
Felizes são os mansos e humildes de coração,
Felizes são os misericordiosos.

Entendo que Ele estava dizendo que felizes são todos àqueles que aprenderam amar ou felizes são todos aqueles que possuem o AMOR dentro do seu ser. (Ele é o próprio amor).

É impossível buscarmos felicidade sendo nós cheios de maldade. È impossível sentirmos alegria e paz com um coração endurecido e indiferente as coisas que nos causam mal e mal aos outros.

Ao esvaziamos de tudo que é mal em nós, o Amor brota, pois o que é bom não fica no mesmo espaço daquilo que não é bom, faz-se necessário sair um para que o outro exista e cresça em nos.

Cristo é o nosso exemplo, nossa referencia de ser humano pleno.

Assemelhando-nos a Ele, podemos adquirir amadurecimento e consciência, adquirimos também a capacidade em fazer as boas escolhas, o que é do bem e fugir do mal - escolhas saudáveis e equilibradas. Torna-se possível considerar que através Dele, com e como Ele aprendemos e podemos viver bem.

Impossível desassociar a felicidade do amor. É o Amor que traz a felicidade.

Retiremos agora o conceito de felicidade representado pela realização pessoal, pelas conquistas, pelo prazer, e pelo amor romântico, pois essas sugestões vêm apenas do lado humano não espiritualizado. O amor romântico é uma expressão humana, cultural que representa romance. Não é desse amor que Jesus fala.

Jesus fala do amor na forma da expressão mais profunda e essencial. Jesus condiciona toda a existência de vida a capacidade de amar. É o primeiro dos mandamentos. É o mandamento que rege a vida humana. É o mandamento que nos liga ao Pai, que nos torna um com Ele. Que legitima e valida nossa espiritualidade.

Sem amar, jamais saberemos o que é felicidade. Jamais conheceremos e experimentaremos a Deus.                                                                                                                       
Tolice nossa considerar que seremos felizes nos autodestruindo e praticando injustiças. Enquanto estivermos sendo assim, podemos conseguir prazeres, sentimento de realização pessoal, coisas de curta duração e descartável.

Amar é o verbo da felicidade. Amar é a boa escolha sobre mim, sobre o lugar em que vivo (planeta) e sobre meu próximo que atualmente através da tecnologia também é a pessoa que vive do outro lado do mundo.

Se quisermos ser felizes, precisamos buscar a paz dentro de nós, fugindo de sermos violentos; a humildade dentro de nós, fugindo da arrogância; e a bondade dentro de nós, fugindo de práticas egoístas, amando e respeitando a nós mesmos e a todos.

Amar é ser imagem e semelhança do Criador do amor, que é o próprio amor.

       Experimentamos algo muito bom enquanto amamos, algo imaterial.

Ao praticar isso você se dará conta de que é um ser especial. Todo ser humano que ama é especial e diferente. Internamente há um estado consciente de alegria, bem estar e paz.

A felicidade puramente “humana” consiste em realização pessoal na produção de coisas, sentindo-se equivocadamente feliz, mas nem sempre o que se produz faz o bem. Há pessoas que estão aparentemente felizes e alegres fabricando armas, cigarro, plantando maconha, vendendo álcool, corrompendo-se, enganando, tirando proveito ilícitos, escrevendo livros cujo conteúdo deforma a mente humana. 
Por isso algumas ideias da realização humana traz infelicidade, porque causa mal a muita gente, principalmente a própria pessoa que a produz destruindo seu ser ocultamente.

A felicidade que vem do espírito de Deus é diferente porque desenvolve o bem em mim mesmo e para os demais seres vivos. Isso é amar como Cristo ama. 
Só seremos felizes de verdade quando amarmos dessa maneira.

A recompensa do amor puro e verdadeiro praticado vem do próprio amor que experimentamos por nós mesmos e a outros. A recompensa do amor que praticamos é nossa cura.
O amor espiritual dentro da proposta do Cristo nos cura. Cura-nos de todo mal que podemos causar a nós mesmos e aos outros.
Vamos sendo curados de tudo que nos aflige a alma, o emocional e o físico enquanto vivenciamos o ato de amar.
Vai saindo o que não é bom, crescendo o que é Bom. Esvaziando-se do impuro, enchendo-se do que é Puro.

“Convido você a olhar para dentro de você e se questionar o que lhe falta - o que realmente você está buscando com o nome de felicidade”
“Se você é uma pessoa sensível, provavelmente seu espírito humano está sentindo falta do Espírito de Deus. Ao integrar-se ao espírito Dele, será suprido”.
“Ao aprender a discernir o bem, estará na verdade escolhendo ser habitado pelo Espírito de Deus e a partir disso, na parceria Dele poderá fazer mudanças profundas, aprenderá a amar e experimentará a felicidade que vem Dele”.

                       Amar é o verbo da felicidade. 

Iseli Cruz – Fev./17

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Felicidade II - Mudanças

Passos leves porém firmes.

As mudanças são fundamentais para nossa vida espiritual e emocional. Ela nos conduz para algo melhor, algo novo. Ao identificarmos que algo não vai bem, a primeira necessidade intrínseca dentro de nós é o desejo que aquilo se modifique.

Toda pessoa em busca da felicidade está inconscientemente dizendo que está infeliz em alguma área da sua vida. Ninguém procura pelo que possui, buscamos aquilo que nos faz falta, que não possuímos.

Mudança na prática é sair de uma forma de viver e caminhar em outra direção, fazer diferente da maneira que está sendo feito.

Mudamos nossa casa, nossa roupa, nosso carro, nosso trabalho e tudo aquilo que se refere ao material e ao que temos acesso.

Mudança do ser é a transformação do jeito de olhar para fora, do sentir, do agir. É deixar de ser e fazer o que nos causa mal.

Somos imaturos e adoecidos em algumas áreas, por vezes carregamos aspectos enraizados de nossa própria história emocional e espiritual que nos impedem de sermos gente de verdade, por isso, existem áreas que não conseguimos mudar por nós mesmos.

O profeta Jeremias apresenta a seguinte pergunta: “Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal? Jr.13:23”.

Provavelmente ele está falando das áreas profundas que acostumamos e até viciamos praticar, a ponto de penetrarem de tal maneira em nós como as manchas do leopardo, até nos faz pensar que somos assim mesmos. São aqueles maus hábitos, vícios, práticas destrutivas. São as áreas que somente o Espírito de Deus conhece, penetra e pode atuar.

Por isso Davi orou “Cria em mim um coração puro e renova em mim um espírito estável – Sl. 51:10”.  Falando do profundo humano, do emocional representado pelo coração de carne, entrelaçado ao espiritual. Áreas invisíveis e abstratas que não conseguimos realizar mudanças por nós mesmos.

Nesse caso, a mudança essencial é a de conscientizarmos de duas coisas:
1) Estou infeliz. 2) Não consigo mudar algumas coisas em mim sozinho.

Essa é a mudança que quebra nosso individualismo e nossa ilusão onipotente.

Podemos chamá-la de primeira cura em nós.

Ela é sempre marcada por uma consciência, e por uma necessidade de mudar – “o discernimento e escolha para o bem”. 

Algumas pessoas já conscientes, determinadas e centradas chegam a dedicar-se por inteiro tornando a necessidade de mudança em foco.

Focar é estar consciente daquilo que queremos, é buscar meios estruturados para realizar. Também é escolher cautelosamente a boa maneira de realizar. Quando estamos focados, buscamos percorrer um caminho para agir sem que nossas escolhas nos traga sofrimento ou cause sofrimento a outros.

Ao tornarmos nossa busca de mudança em foco mostramos-nos pessoas maduras, responsáveis.

Mas há casos de sermos levados a obsessão, mostrando que algo em nós está adoecido. Ao deixar de ser foco e transformar-se em obsessão sutilmente saímos do construtivo para o formato destrutivo.

A obsessão nos cega para com outras áreas importantes, além disso, ela faz com que nossa ansiedade dispare e nossas escolhas sejam feitas por impulsos.

A obsessão por algo consome a mente, o coração, o corpo, a alma e o espírito. Faz com que nossa energia se vá e nossa insensatez nos domine.

A obsessão está além dos vícios, ela é um comportamento sinalizador de áreas mal resolvidas das nossas vidas, que na maioria das vezes promove grandes dores a nós e a pessoas com quem nos relacionamos. Ela desgasta. Gera stress e inquietação em nosso ser. Não há paz ou sentimento de felicidade no coração de uma pessoa que vive assim, pois não há tempo necessário de acolhimento na alma para vivências profundas e verdadeiras. Só aumenta o vazio.

Assim tem sido nossa busca, nos tornamos obsessivos. O espírito humano está inquieto, instável e angustiado em busca de felicidade. Todos a buscam. 

Alguns no poder, no controle, no comando, no dinheiro, nas conquistas materiais, no excesso de trabalho, no sexo, nas drogas, nas bebidas, nas trocas de pessoas, em vários casamentos, na religiosidade, na casa perfeita, na fama, nos filhos perfeitos, no corpo perfeito, na saúde exemplar. Enfim, uma angústia profunda presente e real, às vezes disfarçada, camuflada.

Cristo praticamente não fala desse termo “felicidade”. Ele fala de paz, alegria, contentamento, preenchimento do vazio e plenitude. Ele fala que saciará nossa fome e nossa sede. Ele usa elementos físicos para nos mostrar que nos preencherá do vazio oculto.

Ele sabe que estamos precisando na verdade é da junção do espírito humano ao Espírito do Criador, tornarmos-nos um espírito Nele. Nossa segunda cura.

Ele propõe caminhos que trazem a cura e a mudança que realmente precisamos dentro de nós em nosso ser. Ele garante um viver melhor e diferente do que tem sido.

A mudança requer uma escolha, passos que devem ser dada por nos. Responsabilidade nossa para algumas ações, algumas práticas que precisarão ser deixadas para traz, – a isso podemos chamar de mudança da nossa parte.

Considere exemplos de ação que dependem de você: Você escolhe (dentro de você) fazer seu jantar, mas não compra os ingredientes, não aprende a receita e não vai ao fogão. Seu jantar não se realizará. Ou, escolhe (dentro de você) ir ao estádio de futebol assistir o jogo final de campeonato, mas não se informa sobre local, horários e custo. Não compra os ingressos e não vai até o estádio. Certamente não assistirá a final do seu time. Ou ainda percebe (dentro de você) que está em um trabalho destrutivo, mas não se engaja a enviar currículos, a aperfeiçoar-se, dessa forma não obterá êxito para um trabalho saudável.

A escolha é nossa, a ação transformadora é do Cristo, a escolha de mudar depende de nós, o processo de ação oculta vem Dele. É uma parceria, uma relação. Acontecerá na intimidade com Ele, durante nossos passos e nossas ações. Ele não invadirá o ser de ninguém, ele é um cavalheiro ético, aguarda ser chamado.

Obter a felicidade requer discernimento e escolha para mudanças, envolvimento espiritual com Cristo e prática do bem.


Iseli Cruz – Fev./17

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Mil noites ou um dia

Mil noites podem significar um dia e um dia pode significar mil noites. Em um único dia muitas coisas Ele faz ou por mil noites pode silenciar. Quando age muda todo o percurso daquilo que nos desesperou.


Nós, que professamos uma fé no Cristo que desceu dos céus nos perdemos em meio a tantas vozes, barulhos e ruídos externos e internos.

                       Ele não muda -  O Alfa e ômega.

Ele continua o mesmo desde que criou todas as coisas e nos criou. Tudo que Ele estabeleceu para reger o universo continua a existir e cumprindo tudo que Ele próprio designou.

Em todo o tempo, somos convidados pela sociedade, sistemas humanos, até mesmo religiosos, mídia e pensamentos da nossa alma, a sair do caminho proposto por Ele.

Perdemos a direção e não poucas vezes a fé.

Sofremos, angustiamos, adoecemos, pecamos e nos afastamos Dele.

Mas quando nos lembramos de Quem Ele é e o que Ele é capaz de fazer por nós e em nossas vidas, as coisas retomam em seus lugares – Mil noites podem significar apenas um dia porque nela Ele nos tira do sofrimento. Fomos nós que agimos? Não, foi Ele quem fez o movimento necessário.

Ao persistirmos em nós mesmos regendo insistentemente nossa própria direção, uma escolha equivocada de um dia pode doer mil noites. Sofrimento profundo pode significar mil noites mas na intervenção Dele transforma desde o início e ao olharmos para traz, lembramos que foi o ato de um dia.

Todos os dias Ele realiza em nós milagres, transformações que não vemos e nem percebemos. Nossa sensibilidade espiritual é precária e nossos ouvidos não reconhecem Sua voz.
Nossas percepções estão na matéria, nossa mente está na razão das coisas.

Ele não está na razão nem na matéria, mas está no silencio. 
Deus sem rosto, silencioso, invisível, trabalha dia e noite, amorosamente a nosso favor.

Experimente olhar o nascer do sol, se afaste por um minuto, ao olhar novamente, já se movimentou, o céu se alterou. É Ele, em segundos regendo os planetas.

Quando menos esperamos aquilo que necessitamos acontece. Não importa se serão um dia ou mil, Estando Nele, o sutil toque faz a transformação. 

Ele é como um relâmpago que chega repentinamente e clareia do ocidente ao oriente, mas também é como a imensa árvore que leva mil dias para alcançar o tamanho e a profundidade plena de sua raiz. 

Todo movimento Dele nos trará vida.

Ao surgir a intervenção, aquilo que estava tão distante chega e assim mil noites foram transformadas em um dia.


                                                             Iseli Cruz–31.01.17.