sábado, 31 de dezembro de 2016

2017 - Felicidade, manteiga e mel.



É impossível um ser humano ser feliz sem experimentar o Bem. Pode até experimentar bem-estar e confundir com felicidade, pode até se alegrar e acreditar que está feliz, mas ainda não é a felicidade.

Esse estado só é pleno quando conhecemos o que é de fato bom. O Bom é Quem nos traz a felicidade. E como saberemos o que é de fato bom se não tivermos isso dentro de nós?

Só reconhecemos algo quando sabemos o que é esse algo. Por exemplo, só sei o que é o branco depois de haver reconhecido na minha mente o branco. Só sei o que é alegria depois de ter experimentado um estado de alegria dentro de mim.

Se você quer felicidade, precisará experimentar o Bem dentro de você.

Em Isaías 7:15 encontramos o profeta dizendo que o Messias chegaria e comeria manteiga e mel quando soubesse rejeitar o mal e escolhesse o Bem.

Assim, estava nos ensinando a fazer o mesmo percurso.

Longe de tentar interpretar o texto bíblico, apenas transcrever uma compreensão: o mel é alimento puríssimo, manteiga é derivada da coalhada extraída do leite, transformando-se em genuíno alimento.

Entenderemos a felicidade possível somente quando estivermos nesse caminho. Como o menino Jesus que discerniu o Bem do mal, veio nos mostrar o caminho da Vida.

Comer manteiga e mel representaria, assim como Cristo o fez, o aprendizado sobre discernir entre o bem e o mal, rejeitando o mal para manter-se bom.

Primeiro discernir, depois rejeitar o mal e conscientemente escolher o Bem.

Comer manteiga e mel é para quem conhece sabe o que é o Bem e rejeita o mal. Antes disso, passamos por aflições comendo coisas amargas, sem sabor ou até más digestivas, experimentando desconfortos e adoecimentos físicos.

Um estado da consciência e não do espaço físico e do corpo. Enquanto não aprendermos a discernir o mal, nos misturando com o que não é bom, sofreremos. Não entraremos no estado de plenitude espiritual e nem bem estar humano.  Enquanto isso, nada de felicidade - apenas buscas ilusórias temporárias.

Comer mel é um estado de plenitude e pureza, de felicidade – quem come sabe.
.
Discernir o bem não é uma tarefa fácil, pois se fosse, não teria sido uma tarefa que o próprio Cristo haveria de aprender.

Há uma grande confusão dentro do ser humano a respeito do que seja o bem e o mal. Antes de sabermos o que é bom, passamos pelo processo de sabermos o que não é bom, o que temos de mal dentro de nós.

Reconhecer que temos algo de muito mal dentro de nós gera um estado inquietante, desconfortável e por vezes desprezível sobre quem somos. E nossa decisão de rejeitar vem da consciência de que viver assim, será viver sofrendo. Expelir tais elementos de dentro de nós é outro processo. Nós mesmos precisaremos fazê-lo.

Reconhecer, adquirir consciência do mal existente em nós e partir rumo àquilo que começamos a desejar encontrar. Diante da angústia, todo ser humano saudável desejará sair desse estado partindo para a busca da superação e de dias melhores.

Rejeitar o mal, fugir dele é demonstração de saúde psíquica e a amostra de que algo de bom dentro de nós precisa ser resgatado – a imagem de Deus existente dentro de nós clamando por vida.

É o Verbo fazendo-se carne dentro de nós. O Criador reavivando a criatura que se distanciou Dele.

Sem discernimento, isso é impossível.

O bem não é o que nós atribuímos como bem, mas o que Ele distingue como bom.
Nem sempre o que chamamos de bem é o que é bom, na maioria das vezes estamos equivocados.

O bem é aquilo que vem Dele para nós e não de nós para Ele.

Se produzirmos o bem somente para nós mesmos, já não é o bem.

O bem produz fruto em nós, para todos, para a eternidade.  Não somente para mim e para o agora, e não somente para minha geração.

Tudo aquilo que produzir algo não saudável em mim ou para alguém jamais será bom, é o oposto do bem.

O Bem se perde dentro de nós toda vez que fazemos escolhas para o mal.

Portanto felicidade não é algo que podemos criar, inventar, correr atrás. Ela é cultivada e adquirida, obtida através da prática do Bem, daquilo que é bom mostrado por Ele. Será obtida quando Ele habitar em nós.

Somente aqueles que a buscam no Espírito a encontrarão, pois ela não está nos elementos concretos, visto que quem a criou é Espírito Imaterial.

Tarefa difícil, ao sabermos que existe o espírito do mal que se disfarça de bom para nos confundir.

Só saberemos o que é Bom experimentando-o, faço isso convidando que venham.

O caminho para desfrutar da felicidade é escolha para andar na luz. Aquele que é luz clareia nossa escuridão interna e nos possibilita a discernir.

Felicidade, manteiga e mel provêm da luz e não é a luz artificial criada pelo homem.

Manteiga e mel são, portanto, alimentos de fato, mas também uma forma simbólica a nos mostrar que quando o criador da luz vem ao nosso encontro através da nossa prática do bem, tudo se fará claro e o que era escuro se dissipará.

Cristo discerniu porque o Bem estava Nele, sendo Ele o Deus encarnado.

Se você está tentando criar um estado de felicidade dentro de você pelas suas próprias forças, está se enganando. A felicidade nascerá espontaneamente, porque Ele se fará vivo em você através da sua fuga do mal e escolha do bem.

Simples assim.

O puro Mel o satisfará, a pura Manteiga o satisfará. Quem comer desse alimento estará saciado em felicidade. Ele se faz a manteiga e o mel, alimentará você e a felicidade estará dentro do teu ser.

O segredo: Discernimento. Escolher o bem, na luz, apartar-te do mal de fora, expulsar o mal de dentro. Seguir o Bem.

Felicidade, manteiga e mel é o Espírito de Deus em nós.

                                                                      FELIZ 2017 !!

Iseli Cruz – 31/12/16.
É impossível um ser humano ser feliz sem experimentar o Bem. Pode até experimentar bem-estar e confundir com felicidade, pode até se alegrar e acreditar que está feliz, mas ainda não é a felicidade.
Esse estado só é pleno quando conhecemos o que é de fato bom. O Bom é Quem nos traz a felicidade. E como saberemos o que é de fato bom se não tivermos isso dentro de nós?
Só reconhecemos algo quando sabemos o que é esse algo. Por exemplo, só sei o que é o branco depois de haver reco
Em Isaías 7:15 encontramos o profeta dizendo que o Messias chegaria e comeria manteiga e mel quando soubesse rejeitar o mal e escolhesse o Bem.
Assim, estava nos ensinando a fazer o mesmo percurso.
Longe de tentar interpretar o texto bíblico, apenas transcrever uma compreensão: o mel é alimento puríssimo, manteiga é derivada da coalhada extraída do leite, transformando-se em genuíno alimento.
Entenderemos a felicidade possível somente quando estivermos nesse caminho. Como o menino Jesus que discerniu o Bem do mal, veio nos mostrar o caminho da Vida.
Comer manteiga e mel representaria, assim como Cristo o fez, o aprendizado sobre discernir entre o bem e o mal, rejeitando o mal para manter-se bom.
Primeiro discernir, depois rejeitar o mal e conscientemente escolher o Bem.
Comer manteiga e mel é para quem conhece sabe o que é o Bem e rejeita o mal. Antes disso, passamos por aflições comendo coisas amargas, sem sabor ou até más digestivas, experimentando desconfortos e adoecimentos físicos.
Um estado da consciência e não do espaço físico e do corpo. Enquanto não aprendermos a discernir o mal, nos misturando com o que não é bom, sofreremos. Não entraremos no estado de plenitude espiritual e nem bem estar humano.  Enquanto isso, nada de felicidade - apenas buscas ilusórias te
Discernir o bem não é uma tarefa fácil, pois se fosse, não teria sido uma tarefa que o próprio Cristo haveria de aprender.
Há uma grande confusão dentro do ser humano a respeito do que seja o bem e o mal. Antes de sabermos o que é bom, passamos pelo processo de sabermos o que não é bom, o que temos de mal dentro de nós. Reconhecer que temos algo de muito mal dentro de nós gera um estado inquietante, desconfortável e por vezes desprezível sobre quem somos. E nossa decisão de rejeitar vem da consciência de que viver assim, será viver sofrendo. Expelir tais elementos de dentro de nós é outro processo. Nós mesmos precisaremos fazê-lo.
Reconhecer, adquirir consciência do mal existente em nós e partir rumo àquilo que começamos a desejar encontrar. Diante da angústia, todo ser humano saudável desejará sair desse estado partindo para a busca da superação e de dias melhores.
Rejeitar o mal, fugir dele é
Sem discernimento, isso é impossível.
O bem não é o que nós atribuímos como bem, mas o que Ele distingue como bom.
Nem sempre o que chamamos de bem é o que é bom, na maioria das vezes estamos equivocados.
O bem é aquilo que vem Dele para nós e não de nós para Ele.  
Se produzirmos o bem somente para nós mesmos, já não é o bem.
O bem produz fruto em nós, para todos, para a eternidade.  Não somente para mim e para o agora, e não somente para minha geração.  
Tudo aquilo que produzir algo não saudável em mim ou para alguém jam
Portanto felicidade não é algo que podemos criar, inventar, correr atrás. Ela é cultivada e adquirida, obtida através da prática do Bem, daquilo que é bom mostrado por Ele. Será obtida quando Ele habitar em nós.
Somente aqueles que a buscam no Espírito a encontrarão, pois ela não está nos elementos concretos, visto que quem a criou é Espírito Imaterial.
Tarefa difícil, ao sabermos que existe o espírito do mal que se disfarça de bom para no.
O caminho para desfrutar da felicidade é escolha para andar na luz. Aquele que é luz clareia nossa escuridão 
Manteiga e mel
 são, portanto, alimentos de fato, mas também uma forma simbólica a nos mostrar que quando o criador da luz vem ao nosso encontro através da nossa prática do bem, tudo se fará claro e o que era escuro se dissipará.
Cristo discerniu porque o Bem estava Nele, sendo Ele o Deus encarnado.
Se você está tentando criar um estado de felicidade dentro de você pelas suas próprias forças, está se enganando. A felicidade nascerá espontaneamente, porque Ele se fará vivo em você através d
O puro Mel o satisfará, a pura Manteiga o satisfará. Quem comer desse alimento estará saciado em felicidade. Ele se faz a manteiga e o mel, alimentará você e a felicidade estará dentro do teu ser.
O segredo: Discernimento. Escolhe


Iseli Cruz – 31/12/16.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Ano que fecha, vida que chega !



2016 está findando, alguns planos que fizemos também.

Pode ser que alguns falharam, pode ser que haja frustrações em seu coração ainda hoje.

Se você sofreu perdas, dores ou violências é provável que esteja abatido.

No entanto, é tempo de superar e só depende de você escolher.

O espírito do evangelho de Cristo é Vida e é alimentado por atos que geram vida.

Se você sorriu algumas vezes é por que você venceu a tristeza,

Se você tratou alguém com atenção é porque você praticou o respeito e em seu coração o bem está vivo,

Se você perdoou as pessoas que lhe fizeram mal e que fazem mal a outros é porque você está entendendo o caminho da paz,

Se você levantou naquele dia difícil é por que sua força é maior que o desânimo,

Se você abraçou ao invés de agredir, se ao menos olhou para a pessoa sem ignora-la é porque seus gestos de afeto continuam pulsando dentro de você,

Se você consegue olhar para os mais pobres, simples e necessitado que você com respeito é porque ainda há sensibilidade em teu ser,

Se você pensa e dá passos para salvar vidas ao invés de apoiar planos de morte ou destruição, é por que você tem esperança de uma vida melhor,

Fortes são aqueles que escolhem todos os dias tentar fazer diferente tudo aquilo que não faz bem a si mesmo e a outros, mesmo que ainda não saibam se dará certo,

Feliz é aquele que contribui para a construção de um planeta habitável, um mundo melhor, e para a transformação das partes não saudáveis do próprio ser.

E digno é todo aquele que consegue preservar a consciência livre da contaminação do mal.

Ao escolher amar, dar mais um passo, é sinal que tem algo dentro de você a semelhança de Cristo porque Ele é o Amor e a Vida.

Tentar às vezes é melhor que fazer. Quem tenta assume que não sabe isso é humildade. Tentar é o caminho para fazer, e todas as vezes que tentamos aprendemos algo novo.

Feliz 2017 !! Que a VIDA pulse em você todos os dias sempre pedindo alegria e esperança.

Iseli Cruz.

Dez/16

domingo, 16 de outubro de 2016

Fez-me dois para sermos três

Nasci dia 02, onde pude ver ao redor. Eu e os outros que existiam além de mim. Logo já eram dois.

O dois relacional, sem saber ser somente eu. Bem cedo olhava para o que existia e pensava existir algo a mais, era possível existir além de pessoas iguais a mim, também existiam animais, peixes, aves, rios, montanhas, mas existia algo mais que não podia ver.

Os anos passados chegados e me fizeram ver que sou uma como a terra e a semente, como a planta podada prestes a crescer, mas também sou uma como a árvore crescida cheia de marcas profundas causadas pelas experiências.

Sou uma como o pássaro e o ar, transportando-me para a beija flor que voa livremente, faço-me uma com ela, com as asas rápidas e coloridas cruzando o vento e construindo a vida.

Sou uma com sol e a lua que se encontram e se despedem para que cada um cumpra seus desígnios no universo. Sou uma com a escuridão para o descanso e uma com a luz que traz a consciência.

Sou uma com o bem que faz a vida possível e o existir permanecer intacto, a esperança permanecer afirmando que tudo é possível porque o bem é eterno.

Sou uma com o mal que não deixa de mostrar-me a sua cara para que eu possa escolher se quero segui-lo ou se fujo avisando a todos que ele representa morte.

Sou uma com a música que traz-me a emoção gritar de alegria na alma e o contentamento avisando que se não for uma com a emoção serei  uma como morta-viva.

Sou uma com a arte, a sensibilidade que quer mostrar o abstrato criado pelas mãos do artista que ali tentou se fazer existir um com ela.

Sou uma com a mulher, com o homem, o feminino e o masculino que pulsa dentro de mim trazendo o encontro da força e da delicadeza, da graciosidade e da objetividade.

Sou uma com você que faz-me sentir em unidade humana a espera do que possa renascer ou o novo que possa surgir, convidando ao Terceiro que traga e consagre o amor.

Sou uma também com os alimentos, com a saúde física que não permite que eu seja fantasma na existência. Sou uma com o corpo, com vida que pulsa impedindo que seja invisível, lembrando que posso ter também o espírito.

Uma, assim como entre o idoso e o bebê há o mistério da vida que envolve forças opostas; uma, com o que está brotando e outra que está findando. Numa existe fôlego do começo e outra existe fôlego da força adquirida das lutas e da dignidade.

Sou uma com o indigente, com o ambulante para que  soubesse  da solidão, da miséria e da consciência perdida.

Uma com as mãos, com os pés, com os olhos, com os ouvidos, com a voz, com a alma para tornar-se ser com o espírito.

Mas o que sou além de dois, eu e tudo isso ao redor que posso sentir e ver se não chegar a ser três ? Se permanecer sendo apenas dois, estarei findada tão logo chegue meus dias na matéria.

Todo o belo, magnífico torna-se nada sem o Três.

O algo que pressenti existir desde os cinco anos, se fez existir em mim a partir do amadurecimento da consciência fazendo-me constatar que dois sem se tornar três não é nada além de dois.

A beleza morre pois tudo se finda se não houver a vida do espírito vivificada a assoprar-me fôlego todas as manhãs. Assim o dois só podem tornar-se três com meu convite, pois Ele é um com a ética e o respeito ao meu ser livre.

Como o Pai e o Filho tornam-se três com o Espírito, assim sou eu e tudo ao redor que pode também se tornar três com o Espírito que injeta vida e vigor ao corpo e movimento de tudo em todos.


Antes de tudo, Ele existia em mim. Hoje sou três com Ele em mim.

 

 

Iseli.

16/10/16.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Só uma passagem



Disse Jesus ...
A vida vos dou para um curto tempo na terra e para eternidade no céu,
Vivam como a ensinei – sejam livres de toda armadilha que seus próprios corações criam e nunca se curvem a nenhum homem,
Não tenham outros deuses e honrem somente ao Pai que os criou,
Enquanto aí estiverem, aprendam a amar mesmo que pareça difícil, pois esse é o segredo da vida.
Não se maltratem e nem uns aos outros, antes escolham o caminho da verdade e do perdão,
Tudo Ele vos dará para que não sejam ansiosos.
Não juntem tesouros, pois não os levarão para onde tudo é plenamente valioso,
A marca que carregas na alma é meu selo para nos ligar, ninguém nem nada poderá tirá-la,
Mostrarei o caminho do que é justo, sigam a direção do vento,
Não se perderão, pois quem está nele é o espírito do Pai, também Nele estou para vos conduzir aos céus.
Vivam, vivam, vivam e logo nos encontraremos na casa de meu Pai ...
                           Se te ferirem, lembrem, aí é uma só uma passagem,
                           Se te maltratarem, lembrem,  aí é só uma passagem,
                           Se te traírem, lembrem,  aí é só uma passagem,
                           Se te rejeitarem, lembrem,  aí é só uma passagem,
                           Vençam o mal com o bem,  aí é uma importante passagem.                                                                                          

Iseli                                                                                                   Maio/16

domingo, 3 de abril de 2016

Quem suprirá meu vazio ? - Uma reflexão sobre a carência feminina.

A carência Feminina.
                
Elaboro essa reflexão a partir de minhas experiências tanto no âmbito pessoal, como profissional, através da prática do atendimento clínico. Após anos em que acompanho os conflitos de adolescentes e mulheres em busca de se encontrarem, algumas conclusões me são possíveis. Não tenho intenções de fechar as questões com relação a minha percepção, e nem mesmo questionar outras idéias sobre esse tema, pelo contrário, meu desejo é abrir novos caminhos, compartilhar e receber contribuições. Todas no intuito de agregar algum proveito para que assim como eu, possamos compreender e crescer no desconhecido, contidos em nosso vasto campo emocional afetivo.
Espero um dia acompanhar mulheres felizes, sempre indo de encontro ao melhor que tenham a oferecer umas as outras.


Quem suprirá meu vazio humano?
                                                              
Não tem idade, não tem classe social, cultural ou estado civil, algumas intensas, outras moderadas ou leves. Ela está dentro de nós em alguma fase da vida.
Percebo a carência como um sentimento que pode ser desenvolvido desde o início da infância. Na maioria das vezes, apresentada visivelmente na menina, enquanto no menino mais raramente e quando apresentada nele, é expressa de outras formas considerando ter o menino o olhar para fora, e a menina, para dentro. Quando começa a ser demonstrada, a princípio, pode ser confundida com ciúmes.
Da fonte de seu surgimento até a adolescência, a carência parece causar uma série de conflitos entre irmãos e amiguinhos, não vindo necessariamente da falta de atenção ou carinho dos pais, embora a ausência de afeto a eleve assustadoramente.  Por outro lado, crianças amadas, respeitadas e valorizadas tendem a ter um grau de carência menor, tendo as necessidades apresentadas de formas diferentes.
Quando a menina chega à idade da adolescência, apresenta mudanças na forma de expressar a carência, que diferente do período da infância, na qual era confundida com ciúmes dos coleguinhas ou dos irmãozinhos, passa a ser demonstrada pela rivalidade, inveja ou competição.
Parece que somente ao fim da adolescência e começo da juventude, a carência se instala de forma efetiva e de fato representada como falta de amor ou vazio da alma. Na trajetória, até esse momento, muitos fatores estariam interferindo e influenciando, no sentido de colaborar com os diferentes graus para ela se expressar, estando envolvidos os fatores culturais, nível sócio econômico ou condição afetiva no núcleo familiar. Percebi que criança que nasce e vive em um ambiente de atenção, melhor suprida de alimento, vestimenta, lazer saudável e recursos lúdicos satisfatórios, possui tendências a desenvolver necessidades de carência diferenciadas de crianças de poder aquisitivo ou ambientes cheios de restrição ou pobreza.
Diante dessas observações, considerei que muitos fatores fazem parte da formação emocional e estrutural, influenciando o nível de carência de uma mulher.
Dependendo de como a carência é tratada e cuidada, ela pode diminuir significativamente com a chegada da maturidade ou até mesmo superada e ocorrendo isso, diria que a mulher poderia estar experimentando seu melhor, a partir daí.
 Por tratar-se de uma questão complexa, ao perceber os efeitos que ela traz durante todo o ciclo da vida, notei que a carência feminina pode comprometer o desenvolvimento intelectual e o desempenho profissional e afetivo de uma mulher.
A carência feminina, dependendo do grau que atinge, passa a levar sérios comprometimentos, muitas vezes sendo necessário ser tratada por psicoterapia e/ou medicações, podendo até causar dependências, depressão, comprometimento de relações sociais, familiares e conjugais.  
O que é tratado popularmente como algo inofensivo e muitas vezes banalizado, percebo que a carência pode ser alvo de inúmeros problemas relacionais e na grande maioria ou quase totalidade, tratou-se de questões que não foram resolvidas dentro de cada menina, cujo emocional foi mal trabalhado ou mal percebido. E na idade adulta, já sendo uma mulher, poderá ser focalizada, ou melhor, pretensa a ser preenchida em uma relação íntima afetiva conjugal.
Ainda, quando a carência não foi focada para relações afetivas conjugais, ela pode estar mascarada por trás das dependências, compulsões ou comportamentos autodestrutivos. Considerando ainda que ela não esteja sozinha, mas acompanhada de outros funcionamentos contidos no emocional.

Carência na relação amorosa.
Nem sempre a escolha de um namorado pode ser considerada “por acaso” (nesse aspecto, valendo para mulheres e homens), ao considerarmos que podemos carregar em nossas memórias aspectos identificados de nossas primeiras relações familiares, mais objetivamente falando, de nossos pais).
Na mulher carente que olha para o rapaz que lhe agrada, penso que ela possui uma dose a mais de expectativa quanto ao que ele possa lhe oferecer, quanto à forma afetiva que ele irá tratá-la. Ela demonstra “precisar” que o rapaz seja carinhoso, prestativo, atencioso, paciente e dedicado a ela. “Essa necessidade a qual me refiro, estaria para além do esperado dentro da relação afetivo-emocional, importante para o nascimento do vínculo afetivo saudável”.

Características de uma mulher carente:
. Geralmente é uma mulher meiga, agradável, simpática e compreensiva.
. Também é comum ser uma pessoa responsável, generosa e habilidosa.

Dinâmica do funcionamento emocional:
A meu ver, o desenvolvimento dos processos abaixo pode ocorrer exatamente por possuir uma carência. Salvo exceções, trata-se de uma pessoa normalmente sensível.
Considerando ter vivenciado a falta de algo em seu emocional, algo que para ela era essencial e não foi suprida, ela sofreu a falta, o vazio e com isso, a dor. Viveu momentos nos quais experimentou sofrimento profundo, mesmo que fosse por sua percepção infantilizada ou mal interpretada. Essa experiência a sensibilizou, fazendo com que possuísse em seus registros internos que viver a falta de algo traz sofrimento. Esse processo a levaria a considerar que toda pessoa possui essa falta, que toda pessoa sofre quando não é devidamente atendida. Com isso, passou a buscar em seu inconsciente, pessoas com características semelhantes às dela, ou ainda em outras possibilidades, pessoas para supri-la, possuindo em seu emocional uma eterna necessidade, apresentada por mecanismos de defesa que acabam por tornar suas futuras relações afetivas frágeis e instáveis.
Penso que várias hipóteses fazem com que a carência seja a causa geradora de relacionamentos mal sucedidos – “Ofereço a alguém aquilo que gostaria de receber ou quando não, ofereço a alguém, logo, também receberei”.
Parece que esse pensamento lógico e não verdadeiro se fixa nela, estando presente em quase todo relato ou queixa durante um desentendimento conjugal – “Eu fiz tanto por você”!
Os comportamentos apresentados nas relações afetivas irão se tornando visivelmente demonstrados por ansiedade neurótica, apego excessivo, queixas, excesso de dedicação, controle, chantagem, manipulação, vitimização, insegurança e cobrança.
Carência e egoísmo.
Também observei o comportamento egoísta nela, compreendendo que ele não necessariamente tenha se desenvolvido devido à carência, mas sim contido e expresso pela forma que a pessoa o utiliza em sua necessidade de preenchimento. A mulher carente traria dentro de si a expectativa de que seu suprimento venha de outros e de fora. Esperando que todos facilitem as coisas em seu benefício, que olhem mais para ela, que atendam suas necessidades, que a admirem mais, que reservem todo tempo para ela, que a priorizem que cedam a tudo, que se movimentem em sua direção para agrados e afetos, que abram mão das coisas em detrimento a ela. Esse funcionamento acaba por tornar seus relacionamentos de afeto desgastantes, exaustivos para quem está em seu convívio. Além disso, percebo que toda pessoa egoísta possui uma dosagem significativa de frieza e indiferença às necessidades dos outros, costumando considerar que todos que estão ao redor lhe atendam, incluindo a sociedade, governo e até mesmo Deus. A carência a participou de uma transformação de suas características a tornando em uma pessoa egoísta e insensível às necessidades dos outros.

Carência e dependência emocional/afetiva.
Esse tópico merece reflexão especial, ele fez-me deparar em minha experiência pessoal e profissional como o motivo de maior queixa apresentada por mulheres no consultório nos últimos anos. Pretendo escrever mais detalhadamente em outro momento para que o tema proposto não fique extenso e cansativo. O considero um dos principais temas a ser discutido na atualidade quando o assunto é independência feminina. Ele marca uma mudança significativa do papel da mulher, a partir da conquista da independência financeira e profissional.
A mulher atual que já tenha conquistado sua autonomia financeira apresenta estrutura para se manter e viver sozinha, mas muitas delas desenvolveram a dependência afetivo-emocional, muitas estão presas por dependência aos seus relacionamentos.
Parece que a dependência emocional/afetiva envolve mulheres de todas as classes sociais, em minha opinião até esse momento, é que ela colabora muito para gerar níveis de audiência nas histórias dos romances e registra a maioria dos trágicos finais de relacionamentos. Também me parece ser ela que impede a ruptura para a descoberta plena de quem ela é, seu potencial e qual papel estaria pronta para desempenhar no mundo. Portanto, limito-me apenas a mencionar aqui que em minha opinião, incompleta, a carência feminina embala no colo a dependência afetiva ou vice versa, registrando seus efeitos danosos contra o desenvolvimento da mulher.    

Carência que gerou falta de amor próprio e dificuldade de amar.
Uma vez que a mulher, possuindo essa carência, estaria implícita a baixa auto-estima em que ela não se considera uma pessoa amável, nem está satisfeita consigo mesma. Possuindo uma auto-imagem empobrecida, desvalorizada e incompreendida, se percebendo aquém das outras mulheres, desqualificada e com poucos atrativos. Acredito serem esses sentimentos e pensamentos comuns dentro dela.
Outro aspecto, é que a carência contribua quanto à expressão da própria afetividade. Fazendo com que, pouco a mulher consiga conhecer o outro e suas necessidades afetivas, interferindo na forma que ela caminha em direção a ele, na maioria das vezes, partindo em busca somente daquilo que deseja receber. Nesse caso, a mulher carente pouco saberia sobre o amor, ao quanto se ama e também o quanto possui de capacidade para amar alguém. Apresentando dificuldades para amar sem cobranças e ao que parece, ela estaria em busca de se preencher com o amor recebido do outro.

Quem preencherá meu vazio humano?

Partindo de meus pensamentos, quero descrever o vazio humano como uma sensação estranha, desconfortável, difícil de ser descrita e que todo ser humano em algum momento da vida o sentirá pelos mais diferentes motivos. Percebendo na mulher carente, ele ser semelhante a um carro acionado constantemente, carregado por muitas fantasias contendo seus medos, medos de não suportar experimentá-lo por completo, tentando todo o tempo criar caminhos novos na expectativa de evitar a experiência. Incluindo a isso, o fato de que quanto mais ela se desenvolve quer seja intelectualmente, ou materialmente, mais faz uso de recursos para fugir dele. Não tentaria descrever aqui as tentativas e diferentes formas de preenchimento que ela usa, até porque, depende muito dos recursos internos ou externos que cada mulher possua.
Entendi que a tentativa de preenchê-lo geralmente estava sendo buscada através de algo concreto, palpável, por acreditar que algo fora de si cumpriria essa missão. O egoísmo funcionando dentro da mulher carente, dizia a ela para correr atrás ou exigir, ou se submeter, ou chorar até que algo ou alguém a atenda, quando, ela colocava em prática comportamentos dentro de seus relacionamentos que geravam um funcionamento insuportável para ambos.  A busca seria frustrada, permanecendo o vazio dentro dela mais vivo que nunca. Ela não se dava conta que ninguém teria sensibilidade suficiente para suprir seu vazio, por ser fruto da construção dela mesma. Nenhuma bolsa Louis Vuitton, nenhum Armani, nenhuma pele, cabelo ou corpo perfeito, nenhuma jóia, iate, ilha, nenhum Don Juan ou príncipe. Nada de fora, nada de concreto, nada de gentil inteligência, nenhum rito religioso. Nenhum sacrifício, nenhuma terapia nem treinamento neurológico.
Parece-me que o Criador sabiamente assim fez o homem e a mulher, para que jamais nada nem ninguém os escravize. Nada que venha de fora ou de mãos humanas consegue preencher o vazio humano, pois assim cada um está chamado a desenvolver seu próprio potencial.
Penso que a carência apresenta um estado de vazio, algo não palpável nem legitimamente identificado, um sentimento, uma emoção experimentada vinda do invisível. Para mim, isso estaria a dizer que provavelmente seu preenchimento não virá do concreto. O visível, tocado não poderia preencher o não tocável, o invisível. Parece que o invisível tem suas manifestações em si mesmo, no simbólico, porém real, sendo que somente o que irá fazer sentido para a carência seja um elemento da mesma ordem.
Se o corpo físico é suprido por alimentos físicos, nosso emocional invisível só poderá ser suprido por carinho, afeto, alegria e amor (seu próprio amor, suas próprias alegrias conquistadas, suas próprias realizações), todos os elementos invisíveis, porém sentidos. O que a mulher carente precisaria perceber é que ninguém irá preenchê-la lhe fazendo coisas, é ela e somente ela quem poderá fazer isso por ela. Através da sensibilidade que possui, das fragilidades que precisa conhecer em si mesma e do que significa ser mulher.  
 É possível que uma mulher sinta-se feliz ao se conhecer melhor, ao mesmo tempo em que descobre seus próprios limites, aprenda com o fato de ser incompleta, imperfeita, e impotente, e que o equilíbrio desses dois lados traz bem estar.
Sendo importante perceber que o medo da dor do vazio, pode ser representado por um monstro desdentado alimentado nas fantasias de cada mulher, e que só assustará enquanto é desconhecido, como quase tudo que é desconhecido traz desconforto e medo. Muitas vezes pode se passar uma vida inteira fugindo dele, criando mecanismos de defesa para não enfrentá-lo.
Quem preencherá meu vazio humano? Eu mesma, ao aprender a me amar de forma saudável.
O que é amar-me de forma saudável? É obter a consciência de quem sou, reconhecer meu potencial.  Não para tornar super mulher, mas para partir em busca do equilíbrio entre o que sou e o que não sou o que tenho de forte e o que tenho de fragilidades. É fazer escolhas saudáveis, aquelas que ao invés de apenas trazerem prazer momentâneo e alegrias superficiais, colaborem para meu crescimento.   

Conclusão da nossa reflexão
Parece-me que quando a mulher aprende a lutar por seus próprios sonhos amadurece, se fortalece e se torna mais humana. No caminho descobre seus talentos, suas habilidades, descobre sua força, seu potencial, por outro lado, entra em contato com suas fraquezas e suas fragilidades, além de descobrir também o valor de outras pessoas.
Quero concluir dizendo que quando uma mulher exercita a capacidade de lutar por seus próprios sonhos, pode superar sua carência humana.
Em minha opinião talvez “toda garota” deveria apaixonar-se por si mesma e/ou por uma causa antes de se apaixonar por um homem, assim entraria em uma relação afetiva mais consciente e confiante em si mesma.  


Iseli Cruz – Fevereiro/2016.

Como superar a culpa da infidelidade ?



A culpa é um sentimento e os sentimentos nos auxiliam na definição para saber quem somos.

Introdução :

Quem trai, uma ou mais vezes, homem ou mulher, pode arrastar o sentimento de culpa a vida inteira. O relacionamento do casal deixa de ser espontâneo, deixa de ser vivido com intensidade e não adquire vínculo profundo e seguro. A pessoa culpada carrega a sensação que seu ato virá à tona e mais cedo ou mais tarde virá o fim, remoe em seu interior a dúvida de contar ou não contar. Por outro lado, a pessoa traída encontra diversas dificuldades para voltar a confiar além de passar tempos reavaliando sua escolha quanto a romper ou prosseguir com o casamento ou o relacionamento, até que ponto valerá à pena prosseguir e correr o risco de traída novamente.
Essa questão que traz desgaste emocional entre casais de todas as idades e classe social, ativa dúvidas quanto à existência ou não de amor, quanto aos sentimentos que cada um possui pelo outro, desconfiança e perda de credibilidade, também pode trazer a tona paradigmas da fé envolvendo o valor e a existência do real arrependimento e do perdão. A sensibilidade do traidor (a) entra em cheque pelo dano causado no (a) companheiro (a). Tanto a pessoa que possui um emocional saudável que praticou a traição quanto à pessoa que foi traída, registram marcas no emocional.  A pergunta surge – “porque traímos e como lidar com a culpa do que causamos, já que existem duas pessoas ou mais sofrendo pelo ato?
Antes de responder a pergunta, é importante conhecer um pouco dela.

Breve compreensão do processo da culpa saudável ou patológica.

Todo ser humano portador de emocional saudável possui uma predisposição interna a vivenciar esse sentimento.
A culpa é um sentimento que nasce através do desenvolvimento do pensamento, sua natureza pode estar sustentada em três pilares fundamentais da estrutura humana – neuro-psico-espiritual. Pode ser bem cedo quando a criança esteja sendo ensinada e educada sobre limites, o que pode ou não fazer. Ao perceber que fez algo e em seguida é corrigida, a criança reage com estranhamento e procura conhecer seu ato, buscando uma forma de adquirir compreensão de seus pais para prosseguir ou não com o comportamento. Ocorre um processo de amadurecimento do cérebro que irá registrando o ensinamento e o experimento de emoções. Concomitantemente, inicia também o processo da consciência sinalizado através de algum comportamento que já aprendeu sobre o certo e o errado.
A dinâmica familiar rígida, incoerente e neurótica contribui em grande proporção para o adoecimento de uma criança nessa área, assim como a cultura e a religiosidade. Exemplo disso são os pais mal resolvidos, que descarregam em seus filhos seus problemas, suas frustrações, seus projetos fracassados, pais sem paciência e excessivamente exigentes, cheios de preconceitos e tabus religiosos, que ao menor deslize corrige negativamente seus filhos. Críticas, atribuição de responsabilidades das brigas, desentendimentos e resultados catastróficos. Essas crianças se questionam do quanto são causadoras desse ambiente conturbado. São situações que sobrecarregam os pequenos e conduzem a formação de um adulto comprometido emocionalmente, inseguro, possuindo dentro de si uma sensação de inadequação frente às coisas mal sucedidas que realiza.  Tendencioso a considerar que sempre faz coisas erradas.
De outra forma, ela é construída e internalizada na consciência da criança como um comportamento de responsabilidade. Quando a criança dá sinais que compreende os pais lhes mostrando formas afetivas e compreensivas ao ser chamado atenção na correção de seus atos, ela então cresce assimilando saudavelmente não reagindo de forma negativa ao ser orientada de seus erros. São exemplo de pais que sabem dosar na educação limites e princípios fundamentados em valores éticos, morais e espirituais estruturados em seu próprio jeito de viver equilibrado, diferente do citado acima. Portanto a saúde emocional dos pais, da família interfere parcialmente no desenvolvimento da culpa, direcionando-a para saudável ou patológica.
O leitor que possui interesse por esse tema, sabe que o psicopata não processa esse sentimento. Determinados testes e exames já detectam alterações em áreas cerebrais que mostram diferenças entre o cérebro comprometido e o não comprometido. Por isso quando uma pessoa sente culpa não precisa sentir-se mal com isso. É um privilégio o ser humano que desenvolveu consciência, adquirir tal reação emocional. A culpa nos diz quem somos, quando é equilibrada na dose certa, revela nosso emocional saudável, é um reação do nosso cérebro que ao produzi-la está vivendo uma dinâmica de sentir - reagir – avaliar – julgar. 
Da mesma forma que ao nos preocuparmos demais pressionamos o cérebro, ou mesmo quando não dormimos bem sentimos dores de cabeça, assim também reage o cérebro que armazenou memórias de culpas. Ao fazer algo impróprio, sentimos seu alerta.Tanto nas pessoas que a internalizou de forma inadequada, ou aquelas que adquiriram consciência e responsabilidade aprendendo a discernir entre o errado. Ou seja, todos nós a sentimos (excluindo casos de psicopatia). É saudável senti-la, é sinal que nossos valores foram internalizados e por isso podemos nos auto-avaliar.  O problema está na proporção que ela pode adquirir dentro de nós.

Ao tentarmos negá-la ou neutralizá-la causamos danos em nós.
Ela faz parte da nossa sensibilidade, é ativada toda vez que cometemos um ato impróprio segundo nossa própria consciência, recusado pela sociedade, padrões morais, religiosos ou éticos.
Muitas experiências podem permanecer no inconsciente sem que a pessoa entre em contato com a realidade de ter causado dano a alguém, outros, conseguem negá-la, ou neutralizá-la por medo. Nesse caso, sabotamos ou ferimos nossa sensibilidade, afetando uma capacidade que temos de expressar algo naturalmente humano. Geralmente quem assim o faz, com o passar dos anos desenvolve efeitos nocivos no caráter, incluindo a mentira. Muitas vezes a pessoa mentirosa, carrega acúmulo de culpa mal resolvida, ou até mesmo culpas de coisas que lhe foram atribuídas erroneamente dentro da dinâmica familiar. Quando uma pessoa cria o hábito de negá-la passando a recusar entrar em contato com a existência desse sentimento, pode comprometer partes de da expressão  afetiva, tornando-se fria e indiferente em seus julgamentos e responsabilidades.

Aspectos negativos da culpa são tão danosos quanto a não existência dela.
Excesso de culpa, ou culpa doentia, ou ainda culpa irreal. Esses são os sentimentos negativos adquiridos por nosso emocional quando algo não vai bem ao nosso redor, quando começamos a pensar que fomos os causadores de problemas. Como disse acima, existe a culpa irreal, aquela que interpretamos como culpados por termos causados desentendimentos entre nossos pais, ou quando somos responsabilizados por algo que não tínhamos a menor condição de responder por aquilo.
Uma pessoa que carrega culpa por atos cometidos e não resolvidos, deixa de viver o presente e compromete o futuro. Tudo que armazenamos em nosso interior de forma errada apodrece dentro de nós causando efeitos nocivos ao longo dos anos, exemplo disso é a culpa mal resolvida.
Toda pessoa que a internaliza erroneamente pode desenvolver neurose (repetição do sentimento).Por isso podemos dizer que a culpa é um tipo de neurose que mantém um ser humano preso em seu passado. Ela vai destruindo a esperança, a alegria e outros sentimentos, se transformando e contaminando outras áreas, criando sintomas psicossomáticos tornando-se difícil de ser removida.

 Considerei importante apresentar essa reflexão para que o leitor conheça melhor do assunto e tente identificar onde está a raiz do seu sentimento de culpa. Se você se identifica com essas situações (culpa excessiva), conseguirá avaliar melhor o que pode fazer a partir de agora. Ao mesmo tempo em que a culpa é importante, mal digerida, mal dosada ou interpretada é um perfeito veneno dentro de cada um de nós.

A culpa da traição na relação conjugal.
A pessoa que trai e sente culpa pelo ato que cometeu, precisa saber que é um ser humano acima de tudo, que falha, que possui áreas imaturas, que depende da maturidade do outro para prosseguir, que seu ato é serio e que tudo que é feito na relação conjugal afeta o outro. Que se pretende construir relacionamento sólido e estruturado com alguém precisará dar atenção para esse comportamento. Quando se trata de atos repetitivos, ou seja, traição com freqüência, há algo de errado em seu emocional, em seus padrões e em sua consciência.
É importante registrar também que estamos em um período delicado sobre incompreensão e questionamentos em nossos valores, cada vez mais encontramos pessoas que estão considerando que é tranqüilo cometer uma traição e que não há porque sentir culpa por isso, antes, porém de informar ao seu (a) parceiro (a) que pensam assim. No entanto, na prática, nossas emoções não possuem a mesma leitura, esse é um pensamento do nosso racional. Tal interpretação pode representar uma forma disfarçada e imatura de nos inocentar dos nossos atos. Claro que todo ser humano pode errar, mas precisa também crescer, assumir o que fez e reparar o dano causado. Precisa avaliar seu grau de censura e a forma que lida com o outro com quem convive na intimidade. Se estivermos falando de uma pessoa de consciência saudável, ao trair, irá se culpar sim, mas irá partir em busca de solucionar o problema. A traição, transformada em culpa não pode representar tragédia irreparável, impossibilitar a continuação do projeto afetivo conjugal. Uma questão importante a ser compreendida é que o casal não precisa romper por esse ato, considerando que tudo acabou por ter acontecido uma traição, dependendo da estrutura e maturidade do casal, poderão fazer da experiência um instrumento de crescimento pra ambos. Por isso, compreendê-la e partir em busca de solucioná-la demonstra o caráter da pessoa que trai, demonstra sensibilidade, grau de honestidade para consigo mesma e para com o (a) parceiro (a).
Evidentemente que seu ato gera desgaste, não há como evitar as conseqüências que uma traição traz, nem deixar de dizer as marcas profundas na pessoa que foi traída, levando a perdas irreparáveis do ponto de vista emocional, como citei acima. Em muitos casos, o processo de superação de uma infidelidade leva anos. Por isso, vale a pena questionar se escolheu ter um relacionamento para ser de qualidade ou se quer passar metade da vida sofrendo os efeitos dessa ação.

Culpa é a dor da consciência.
A pessoa saudável que trai e sente culpa sofre a dor da consciência, é inevitável, tanto quanto uma pessoa sensível a componentes químicos que sofre alterações na pele ao ter contato com ele.
Antes de trair, considere quem você é, qual seu plano para o futuro e como deseja construir a vida a dois ao lado de alguém.
Há evidências que muitas vezes a pessoa que trai, está traindo antes de tudo a si mesmo. Traindo seus sonhos, seus planos de construir vida feliz ao lado de alguém. Cada ato de traição pode configurar um passo para comprometer seriamente seu relacionamento. Poderá estar tornando seu ser menos evoluído, grosseiro na categoria da cadeia humana, vai se tornando menos gente. Há quem considere esse pensamento, moralista, no entanto, quando o assunto é causar sofrimento e danos emocionais no outro, o moralismo tem seu valor e deve ser considerado.

Parte da resposta do nosso texto.
 A pessoa que foi infiel, que está sentindo culpa e não consegue livrar-se dela, pode estar entre os casos de pessoas com certo grau de neurose remoendo constantemente seu ato, presas ao passado. Ou são pessoas que não sabem tomar atitudes de reconciliação, tomadas por traços de orgulho e necessidade de preservação de sua auto-imagem.
Não conseguem reconhecer totalmente que errou, podendo possuir um alto grau de exigência consigo mesma e por isso, não conseguem se perdoar e nem pedir perdão. O processo de se perdoar é lento, doloroso, porém indispensável no desfecho da resolução interna da culpa.
Se há sofrimento com isso, está na hora de perguntar, o que vale a pena em sua vida? Deixar de viver, arrastar-se com uma doença por anos, comprometer uma vida toda devido a um ato que pode ser resolvido?

Assumir que errou, desejar continuar - Primeiro passo para superar a culpa.
Sem deixar de fora de nossa reflexão, o tema da espiritualidade que sempre acaba fazendo parte do assunto, tanto no que se diz respeito a ganhar defesa entre os críticos da religiosidade, “culpando-a” por gerar obsessivos, neuróticos e fanatismos culpados, quantos aqueles que reconhecem que o tratamento da culpa entra na esfera profunda da alma humana, passando pelas mãos do Sagrado que conduz ao arrependimento e perdão. Os textos das escrituras bíblicas, livro considerado ser revelação do Divino, trazem dois exemplos que contribuem na compreensão e explanação do que estamos falando.
São apresentados dois personagens, Pedro e Judas. Pedro em seu ato de trair Jesus o teria negado por medo de ser preso como cúmplice, sentiu profunda culpa e arrependimento. Ao ter esse sentimento, se isolou e se refugiou na praia em seu trabalho de pescador. Ao que lá permaneceu deprimido por alguns dias. Quando foi chamado por seu Mestre, lhe pediu perdão, chorou  profundamente arrependido , diante Dele. Pedro seguiu seu trabalho missionário curado da culpa.
Do outro lado, uma versão histórica conta que Judas, teria se decepcionado a tal ponto com seu mestre Jesus ao perceber que Ele não era o rei guerreiro que viera causar rebelião contra o império Romano, como ele assim crera e desejava. A decepção que teve com Jesus, o fez denunciá-lo aos sacerdotes para ser punido, a troca de moedas. Ao se dar conta do seu ato injusto contra um homem que não ofereceu resistência nem vingança, pelo contrário, se entregou ao exército, Judas se culpou, se perdendo em seus pensamentos, retirando-se dali, foi tomada por seus pensamentos destrutivos agindo contra si mesmo se enforcando.
Pedro, vivenciou o período de introspecção, de tristeza, e assim se arrependeu. Conhecia seu Mestre, sabia que ele o perdoaria, fez reparo de seu ato com pedido de perdão voltou a viver normalmente.
Judas, não chegou a vivenciar tristeza, se perdeu em seu emocional confuso, não considerou que poderia ser perdoado, pois não conhecia bem seu Mestre, considerou que seria o fim.
Essa versão histórica traz a idéia de que a traição e a culpa, perdão e arrependimento, estão muito próximas, e o caminho para tratá-las pode passar pelo contexto tanto emocional e espiritual. Diz-se que Deus não criou a culpa dentro do ser humano, mas Ele criou o caminho para removê-la – sendo eles – perdoar a si mesmo, pedir perdão ao outro contra quem errou e arrepender-se.

Arrepender-se – Segundo passo para curar seu sentimento de culpa.
O arrependimento é considerado o sentimento posterior a culpa. Ele é identificado como um movimento de ação. Enquanto a culpa mantém a pessoa paralisada e revirada em seus processos neuróticos destruindo-se, o arrependimento a conduz a uma ação no sentido de reparar o que fez e seguir em frente. Exemplificando, considere uma pessoa que mudou de emprego, ela se diz culpada ou arrependida quando se decepciona com sua escolha? Normalmente arrependida, ela trata de corrigir seu ato procurando uma nova oportunidade ou até mesmo retornando ao emprego anterior. Um casal que se separa ou briga ferindo um ao outro,  após um tempo percebe que errou. Sente culpado ou arrependido? Arrependido, voltam a se procurar e reparar os danos.
A correção do erro faz parte do processo de tratamento da culpa. Normalmente a pessoa sente necessidade de reparar o que causou ou dar passos de mudança para se fortalecer e não retornar o erro.

Conclusão.
A culpa é um sentimento que pode ser visto como aliada para nosso autoconhecimento, também pode ser um elemento que nos conduz ao crescimento, tudo depende de como a encaramos, qual caminho queremos tomar. Não chegaremos a lugar algum ficar remoendo o que foi feito. Uma boa decisão é trabalhar para vencê-la, retirando-a de dentro de nós, considerando que pode levar tempo, sendo necessário um período de introspecção e ajustes em nossos sentimentos.
Cada pessoa pode decidir o que fazer a partir dessa concepção. Também será escolha nossa decidir passar pela superação e seguir em frente com o relacionamento, ou romper e iniciar uma vida nova a ter que lidar com as conseqüências geradas pelo ato da infidelidade.
Cada caminho que escolhemos dirá coisas sobre nós.
Relacionamentos sólidos não são construídos por pessoas que não falham, mas por pessoas que desejam crescer mutuamente.
Casamentos não se consolidam no ato do matrimonio, alí é apenas o começo de um processo de descobertas, de expressões mútuas tanto daquilo que tenho de positivo ou de negativo, o que trago dentro de mim da minha história, do quanto disponho de afeto a doar e do quanto necessito receber.
Se por um lado experiências dolorosas como infidelidade geram sofrimento, por outro, a ruptura dos traumas podem ser tratados a partir daí.
Tudo depende da forma que escolho enfrentar minhas questões e se vou contar com quem amo. Se escolho caminhar de mãos dadas para que a caminhada seja mais leve ou se prefiro traçar passos solitários e não me mostrar. Revelar uma traição é sinal de coragem e pedir ajuda para superá-la é sinal que descobri que não sou onipotente.
Pessoas precisam de pessoas, amor precisa de dois, relacionamento precisa de cumplicidade, para isso ser real e possível é preciso estar vivo e querer viver bem.
Superar a culpa é possível? A resposta a partir de agora está dentro de você.


Iseli Cruz/ Fev.-16

Caminhos para ser bem sucedido (a) em seu relacionamento afetivo.



             Qual segredo para se casar e ser bem sucedido(a) ?
               Como encontrar seu par metade e dar certo ?
Introdução
Cada vez mais as pessoas buscam caminhos para ser feliz em seus relacionamentos. Vivemos tempos difíceis onde as mulheres dizem não ter homens bacanas para relacionamentos sérios e homens dizem não haver mulheres capazes de levar um relacionamento adiante.
Tantas literaturas de auto-ajuda, tantos caminhos mágicos sendo consultados e cursos de como encontrar seu par perfeito, além dos sites de encontros virtuais. Tudo rápido, antes que outra pessoa chegue primeiro que eu. A competição entre as mulheres são acirradas para evitar o horror da solteirice.
Os homens ainda contam com o “privilégio” das escolhas, diante de um número de parceiras variadas na tentativa de encontrar àquela que deverá investir.
Caminhada conhecida entre vários
Existe um bom número de casais que preferem tentar sem assumir o compromisso do casamento, ao se conhecerem passam a dividir o mesmo espaço precocemente, da mesma forma que começam, termina, também precocemente. Começam pela intimidade sexual, pela atração física, pela carência, pela ansiedade de ter alguém ao lado. Levam para casa, levam as roupas e quando menos percebem estão compartilhando uma vida a dois. Dizem ter se dado bem, terem encontrado a pessoa que procuravam, que estão amando, que dessa vez dará certo, sendo essa muitas vezes, uma quarta, quinta, sexta ou décima tentativa.
Outros se casam, formalizam, mostram a sociedade que encontrou sua cara metade, apaixonadamente esbanjam alegria, festejam. Alguns estão no segundo, no terceiro. Não desistiram de tentar do “jeito certo”, fazem questão da aprovação familiar, religiosa e até mesmo dos filhos.    
Ambos os exemplos, independente da forma que começam, estão buscando alguém e se frustrando, vão se decepcionando sempre considerando que o erro está no outro. O discurso é sempre o mesmo – o amor acabou, a atração passou, o interesse diminuiu – é melhor, mais fácil, menos desgastante tentar com a mesma pessoa, melhor partir em busca de outro (a).
Pessoas mais experientes, que já tiveram relacionamentos mal sucedidos, formalizados ou não, adotam uma lista de critérios, um currículo constando de requisitos básicos procurando não cair na mesma falha e no mesmo fracasso.

Características que levam o relacionamento ao fracasso
A palavra “relacionamento” já diz que envolvem duas pessoas ou mais. Ninguém se relaciona sozinho, logo tudo implica e consta de dois lados.
A palavra  “encontro” também segue o mesmo sentido - quero encontrar - Falamos de uma dinâmica relacional envolvendo um par desejante para caminhar junto. Também existe a expressão “unidade” para se referir a um casal – eles formam uma unidade.
Interessante que após o fracasso, ambos se isentam, apontando ao outro como culpado ou responsável e nada disso possui mais importância.

Está em mim o problema ?
Nos discursos, claramente, não. O problema é do outro. Ele(a) é difícil, teria que mudar muitas coisas, teria que ser menos egoísta, saber compartilhar carinho, atenção, afeto, sinceridade, lealdade. Não sabe conviver, se relacionar, é exigente, fechado (a), não me compreende, não abre mão de nada.
Quantas queixas do outro, quantas tentativas de justificar o porquê do rompimento, o porque da traição, o porque não deu para levar adiante com a mesma pessoa.
O outro, o outro, o outro. A razão do fracasso, sempre do outro. Recentemente a cantora Sharon declarou sobre o fim de seu casamento de alguns dias – “Ele não era o que eu esperava”.
Expectativas e exigências não atendidas mostram claramente o egoísmo dentro de cada um de nós – Espero que o outro me supra, traga para mim bem- estar e a felicidade que desejo - o famoso venha a mim.
Falta de conhecimento de si mesmo impede que percebamos com clareza nossa contribuição nesse fracasso. Quanto mais críticas, exigência e insensibilidade meu olhar na direção do outro, menos entro em contato comigo mesmo. Ficar atento naquilo que ele(a) faz que não agrada, impede o vínculo. Tereza de Calcutá definiu com clareza isso quando disse “Enquanto julgamos os defeitos, não temos tempo para amar”.
Quando não nos conhecemos o suficiente, não abrimos nosso baú cheio de mofo, de peças apodrecidas, de questões mal resolvidas, emocionais carregados de partes familiares, de tabus, temos a tendência de viver fugindo daquilo que é feio e estragado dirigindo os olhares para os defeitos do outro para que os meus continuem em segredo e imexíveis. Apontar o dedo para frente é mais fácil que curvá-lo para nós. Dói menos, custa menos e permaneço falsamente no papel de bonzinho. Além do mais, tirar máscaras dá muito trabalho, já que vivemos em uma sociedade que o sucesso e a valorização está em pessoas fake,  habilidosas em representar. Ninguém está muito interessado em qualidade, profundidade e lealdade.

Princípios morais são critérios que falham principalmente quando não conheço minhas falhas morais e costumo achá-las normais. Ser uma pessoa de moral exemplar não impede que ela seja indesejável em outros aspectos.

Beleza falha, carinho, sedução também falham, por serem traços que se alteram dependendo de como enxergamos e como lidamos com realidades de tempos em tempos. Ninguém é belo, carinhoso e sedutor o tempo todo e nem permanece admirável após algum tempo de convívio. Vamos nos familiarizando conforme permanecemos juntos e perdemos de vista a lente que utilizamos no começo do relacionamento. Além de que o dia-a-dia faz com que outros de fora aparecem com novidades que se tornam mais atraentes porque nossa curiosidade nos direciona a olhar o que está fora do meu cotidiano.

Características que cada um precisa desenvolver
                               - Afetividade
                               - Sensibilidade
                               - Espiritualidade
                               - Caráter

Pessoas que possuem esses traços tendem a se relacionar de forma diferente e saudável.
Vejam se conseguem fazer um paralelo entre as características acima citadas com aquelas que falham. Perceba a diferença entre ambas. Observe que as características que falham são de ordem concreta, material, palpável. Enquanto que essas são de origens abstratas e imperceptíveis.
Essas características favorecem e possibilitam a construção de um relacionamento equilibrado e possível de subsistir a momentos que requerem estrutura do casal. São demonstradas pela pessoa através dos pensamentos, das atitudes e gestos na direção daqueles com quem se depara no dia-a-dia quer sejam a pessoas da família, do trabalho e até mesmos a estranhos, vinculadas ou não. No relacionamento a dois, elas são essenciais.
Essas características não são possíveis ser identificadas apenas nos encontros casuais, momentos de lazer ou diversão. São necessários momentos alternados cuja situação sejam espontâneas e sem disfarces.
Essas características - sensibilidade, afetividade, espiritualidade e caráter – serão apresentadas nas tomadas de atitudes convencionais, e dificilmente alguém consegue representá-las por muito tempo sem cometer gafes.
Pessoas que possua pelo menos duas delas combinando sempre com o caráter, torna-se possível obter êxito no relacionamento. Isso porque dificilmente adquirimos todas antes do nosso amadurecimento. As pessoas mais jovens estão desenvolvendo-as e firmando-as em sua estrutura, no entanto, logo após a adolescência elas são observadas.
 Outra consideração é sobre o uso que fazemos dessas características. Existem pessoas que as possuem mas não saber lidar e nem expressá-las. Exemplo disso é nossa sensibilidade, muitas vezes só a expressamos através de reações infantilizadas. Por isso os elementos caráter e espiritualidade dão as bases para que tanto a sensibilidade como a afetividade possas ser vivenciadas de forma saudável.
Quando me refiro a espiritualidade, não estou falando de religiosidade e quando me refiro a afetividade não me refiro a carinho. São facilmente confundidos ou misturados, mas não possuem a mesma essência.
É de grande importância conhecermos bem essas características, sugiro que busquem a definição de cada uma, assim ficará mais claro se você a possue, qual a proporção e se sabem fazer bom uso em sua vida.
Talvez alguns perguntem o que tem a ver a característica da espiritualidade dentro de um relacionamento. Ela é de valor peculiar, pois trata-se de um elemento que nos possibilita desenvolvermos atitudes ligadas a sublimidade, ao sobre-natural, elementos invisíveis. A fé faz parte disso também. Ao aprendermos a nos relacionarmos com o que não vemos, desenvolvemos habilidades para sentir, não vemos, mas sentimos a existência do amor por exemplo. Pessoas que possuem fé, aprendem a contar com algo invisível, não atingível apenas por esforço humano. Saber e contar com a ajuda do Sagrado, do Divino e de um ser Criador superior a nós, favorece contarmos com ajuda superior, em momentos que não possuímos recursos humanos suficientes.
Cada pessoa individualmente e que conquista ao outro e trouxer esses traços para dentro do relacionamento conjugal tem muitas chances de serem bem sucedidos porque são elementos que possibilitam a criação de vínculo, cumplicidade, companheirismo, fidelidade, e habilidade para enfrentar problemas e crises que surgem ao longo dos anos juntos. Precisamos aprender ouvir, falar, precisamos silenciar, identificar angústias próprias e as do outro. Sabermos acolher, compreender, perdoar, abrir mão de mesquinharias, saber nos valorizar e respeitar e também quem está ao nosso lado.
Procurar alguém com esses traços me garantirá êxito?
Sim. Sem se esquecer de que você também precisa ser assim. Adquirir tais características é mais importante que procurar alguém que as tenha, pois isso fará de você alguém especial e pronta para amar. Além disso, uma pessoa que as possua, está em busca de alguém semelhante.

Iseli.
Março/16