Passos leves porém firmes. |
As mudanças são fundamentais para nossa vida espiritual e
emocional. Ela nos conduz para algo melhor, algo novo. Ao identificarmos que
algo não vai bem, a primeira necessidade intrínseca dentro de nós é o desejo que
aquilo se modifique.
Toda pessoa em busca da felicidade está
inconscientemente dizendo que está infeliz em alguma área da sua vida.
Ninguém procura pelo que possui, buscamos aquilo que nos faz falta, que não
possuímos.
Mudança na prática é sair de uma forma de viver e caminhar em
outra direção, fazer diferente da maneira que está sendo feito.
Mudamos nossa casa, nossa roupa, nosso carro, nosso trabalho e
tudo aquilo que se refere ao material e ao que temos acesso.
Mudança do ser é a transformação do jeito de olhar
para fora, do sentir, do agir. É deixar de ser e fazer o que nos causa mal.
Somos imaturos e adoecidos em algumas áreas, por vezes carregamos
aspectos enraizados de nossa própria história emocional e espiritual que nos
impedem de sermos gente de verdade, por isso, existem áreas que não conseguimos
mudar por nós mesmos.
O profeta Jeremias apresenta a seguinte pergunta: “Pode acaso o
etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis fazer o
bem, estando acostumados a fazer o mal? Jr.13:23”.
Provavelmente ele está falando das áreas profundas que
acostumamos e até viciamos praticar, a ponto de penetrarem de tal maneira em
nós como as manchas do leopardo, até nos faz pensar que somos assim mesmos. São
aqueles maus hábitos, vícios, práticas destrutivas. São as áreas que somente o
Espírito de Deus conhece, penetra e pode atuar.
Por isso Davi orou “Cria em mim um coração puro e renova em mim
um espírito estável – Sl. 51:10”. Falando
do profundo humano, do emocional
representado pelo coração de carne, entrelaçado ao
espiritual. Áreas invisíveis e abstratas que não conseguimos realizar
mudanças por nós mesmos.
Nesse caso, a mudança essencial é a de conscientizarmos de duas
coisas:
1) Estou infeliz. 2) Não consigo mudar algumas coisas em mim
sozinho.
Essa é a mudança que quebra nosso individualismo e nossa ilusão
onipotente.
Podemos chamá-la de primeira cura
em nós.
Ela é sempre marcada por uma
consciência, e por uma necessidade de
mudar – “o discernimento e escolha para o bem”.
Algumas pessoas já conscientes, determinadas e centradas chegam a
dedicar-se por inteiro tornando a necessidade de mudança em foco.
Focar é estar consciente daquilo que queremos, é buscar
meios estruturados para realizar. Também é escolher cautelosamente a boa
maneira de realizar. Quando estamos focados, buscamos percorrer um caminho para
agir sem que nossas escolhas nos traga sofrimento ou cause sofrimento a outros.
Ao tornarmos nossa busca de mudança em foco mostramos-nos pessoas maduras, responsáveis.
Mas há casos de sermos levados a obsessão, mostrando que algo em
nós está adoecido. Ao deixar de ser foco e
transformar-se em obsessão sutilmente saímos do construtivo para o formato
destrutivo.
A obsessão nos cega para com outras áreas importantes, além
disso, ela faz com que nossa ansiedade dispare e nossas escolhas sejam feitas
por impulsos.
A obsessão por algo consome a mente, o coração, o corpo, a alma e
o espírito. Faz com que nossa energia se vá e nossa insensatez nos domine.
A obsessão está além dos vícios, ela é um comportamento sinalizador
de áreas mal resolvidas das nossas vidas, que na maioria das vezes promove
grandes dores a nós e a pessoas com quem nos relacionamos. Ela desgasta. Gera
stress e inquietação em nosso ser. Não há paz ou sentimento de felicidade no
coração de uma pessoa que vive assim, pois não há tempo necessário de
acolhimento na alma para vivências profundas e verdadeiras. Só aumenta o vazio.
Assim tem sido nossa busca, nos tornamos obsessivos. O espírito
humano está inquieto, instável e angustiado em busca de felicidade. Todos a
buscam.
Alguns no poder, no controle, no comando, no dinheiro, nas conquistas
materiais, no excesso de trabalho, no sexo, nas drogas, nas bebidas, nas trocas
de pessoas, em vários casamentos, na religiosidade, na casa perfeita, na fama,
nos filhos perfeitos, no corpo perfeito, na saúde exemplar. Enfim, uma angústia
profunda presente e real, às vezes disfarçada, camuflada.
Cristo praticamente não fala desse termo “felicidade”. Ele fala
de paz, alegria, contentamento, preenchimento do vazio e plenitude. Ele fala
que saciará nossa fome e nossa sede. Ele usa elementos físicos para nos mostrar
que nos preencherá do vazio oculto.
Ele sabe que estamos precisando na verdade é da junção do espírito humano ao Espírito do Criador,
tornarmos-nos um espírito Nele. Nossa segunda cura.
Ele propõe caminhos que trazem a cura e a mudança que realmente
precisamos dentro de nós em nosso ser. Ele garante um viver melhor e diferente
do que tem sido.
A mudança requer uma escolha, passos
que devem ser dada por nos. Responsabilidade nossa para algumas ações, algumas
práticas que precisarão ser deixadas para traz, – a isso podemos chamar de
mudança da nossa parte.
Considere exemplos de ação que dependem de você: Você escolhe (dentro
de você) fazer seu jantar, mas não compra os ingredientes, não aprende a
receita e não vai ao fogão. Seu jantar não se realizará. Ou, escolhe (dentro de
você) ir ao estádio de futebol assistir o jogo final de campeonato, mas não se
informa sobre local, horários e custo. Não compra os ingressos e não vai até o
estádio. Certamente não assistirá a final do seu time. Ou ainda percebe (dentro
de você) que está em um trabalho destrutivo, mas não se engaja a enviar
currículos, a aperfeiçoar-se, dessa forma não obterá êxito para um trabalho
saudável.
A escolha é nossa, a ação transformadora é do Cristo, a escolha
de mudar depende de nós, o processo de ação oculta vem Dele. É uma parceria,
uma relação. Acontecerá na intimidade com Ele, durante nossos passos e nossas
ações. Ele não invadirá o ser de ninguém, ele é um cavalheiro ético, aguarda
ser chamado.
Obter a felicidade requer discernimento e escolha para mudanças,
envolvimento espiritual com Cristo e prática do bem.
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