Ter o que oferecer é amar. |
Bom seria se ao iniciarmos um relacionamento afetivo fosse possível
haver algumas perguntas feitas e respondidas dentro de nós tais como – o que
tenho a oferecer de bom a essa pessoa, ou, o que gostaria de dividir da minha
intimidade com ela, ou, o que ela tem de experiências para trocarmos e
crescermos juntos?
Na maioria das vezes, mergulha-se de cabeça sem dar conta de que nem
um dos dois está pronto.
O mais comum é sair à busca daquilo que a pessoa tem a oferecer, na
expectativa que sejamos felizes juntos.
É triste assistirmos pessoas partindo em busca de sucessivos
relacionamentos quer tenham sido casadas ou não, sem terem amadurecidos com
tais experiências.
Precisamos ir prontos para oferecer e termos em mente que já
aprendemos a nos cuidar e também suprir nossas necessidades além de alguns
recursos na bagagem.
Sair à busca de alguém para nos suprir quer seja materialmente ou
afetivamente é garantia de frustrações.
Bem como querer cuidar de alguém, pois na relação afetiva não é nossa
função principal, a pessoa que está diante de mim também precisa saber se
cuidar, caso contrário tudo se tornará um peso durante a caminhada.
Entrar na vida de alguém para cuidar ou esperando sermos cuidados, é
como querer que alguém junte nossos cacos e querer juntar dos cacos da outra
pessoa.
Sendo adultos e maduros, cada qual deve ser responsável para dar
conta de juntar os próprios cacos que trazem na bagagem, podendo já ter transformado
tais cacos em mosaicos.
Ao sabermos cuidar de nossos próprios conflitos, contribuiremos para
uma relação leve e alegre, do contrário, atribuiremos ao outro uma
responsabilidade acima da qual ele/ela dará conta.
Em nossa atualidade e nas relações entre adultos, consideramos que a
relação acontecerá entre dois inteiros e não entre duas metades, pois é comum
que cada qual inicie um relacionamento já tendo vivido experiências anteriores
e que passarão a lidar com o que tem no presente e o que virá pela frente.
Esse é o ganho das relações maduras, pessoas cuja trajetória chegou à
autonomia e aprendeu a serem agente de si mesmo ou que pelos menos já tenham
consciência disso e estejam a caminho.
Iseli Cruz – Nov/17
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