sábado, 20 de janeiro de 2018

Flerte, paquera ou cantada?




Um dia desses fui abordada no restaurante por um homem.

A princípio, vendo-o de longe parecia um homem comum almoçando entre outros.
Antes de ir embora, ele se aproximou com uma caneta e um papel na mão e tivemos o seguinte diálogo:





“Com licença moça, você é casada? Perguntei, porque quer saber? Porque gostei de você e quero seu telefone pra gente se conhecer melhor”.

Como toda mulher, observei as características dele, constatando que era uma pessoa especial.

“Disse, vamos fazer assim, você me dá o seu telefone ao invés de levar o meu. Ele abaixou e anotou, olhou pra mim com os olhos alegres e disse – me passa um whatsApp ? Respondi, claro ! Ele falou com licença, abaixou e me deu um beijo no rosto e saiu sorrindo”.

Observei seu distanciar, essa experiência diferente.

“No dia seguinte, em respeito a seu gesto, passei um whatzsApp para ele. Ele então queria marcar um encontro, porque havia gostado de me *paquerar a distância da mesa onde estava. Expliquei que não estava querendo conhecer ninguém para “paquerar” no momento, que poderíamos ser amigos de whatsAapp”.

Relatei aqui, essa cena comum em todo ambiente onde circulam pessoas adultas.

Para muitas mulheres, o que diferencia é a forma que é tratada pelo homem que se aproxima, para outras é a aparência de “quem” seja a pessoa, para outras ainda, a intenção do momento.

Quando observadora e cuidadosa, a mulher percebe por quem está sendo abordada.

Aceitar ou não uma aproximação? “O pedido daquele rapaz trazia diversos aspectos interessantes, alguns seria bom, que todo homem numa aproximação apresentasse o que ele apresentou - quem de fato é, além de traços de homem de verdade”.

Gentil, educado, olhos de sinceridade infantil, características de alguém que traz o não comum em nossa realidade de momento.

Parece que a maioria das abordagens atualmente é definida por objetivos específicos, que anulam quem é a pessoa que está diante de nós.

 Homens ou mulheres agem de forma tão iguais, sem espontaneidade, ocultam a sensibilidade, e essa, perdida entre interesses e tantos traços padronizados, chegam a impossibilitar encontros saudáveis e duradouros.

Pessoas se identificam, pessoas se espelham.

Os olhos daquele rapaz, diziam que ele iria respeitar meu não e suas características mostravam, que aprendera aquilo tudo que reproduzia ali.

Me pergunto : Somente pessoas que “aparentemente” possuem traços visíveis de algum comprometimento preservam sua sensibilidade?

Homens e mulheres especiais aproximam-se, mas ninguém fere ninguém, ninguém magoa ninguém, ninguém agride ninguém a ponto de gerar dores irreparáveis uns aos outros.

Qual a área que há e qual o nível do comprometimento daquele rapaz, não importa aqui, importa percebermos que, muitas vezes é melhor ter alguém a nossa frente ou ao nosso lado com uma “deficiência”, um comprometimento físico ou intelectual visível, mas que saiba nos tratar bem, através de um caráter sadio, do que alguém visivelmente inteligente sustentado de atrativos admiráveis valorizados pela sociedade, no entanto não trazem, e nem deixam, nada de bom.

Já se sabe que todos nós sem exceção, temos deficiências veladas, ocultas em nosso ser que só se manifestam na intimidade ou nas experiências dos anos.

Interessante pensarmos ou nos questionarmos, com qual deficiência sabe conviver um homem ou uma mulher, afinal todos nós somos imaturos ou deficientes em algum aspecto e todos nós queremos ser aceitos, amados e respeitados.

Iseli – Jan/18.


*Fala dele.

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