A mulher, em seu caos interior possui uma tendência a se perder, a
se desorganizar, a sentir-se cansada e parar.
São várias as razões que a levam a isso, no entanto, seria de bom
grado que o homem conseguisse trazê-la de volta ao mundo real. Poderia o homem,
usar de suas características naturais e ajudá-la, fazendo uso de sua
praticidade, de sua racionalidade, de sua objetividade a até da sua frieza e
fazer com que a mulher retome suas forças. Em outras palavras, o homem possui o
antídoto para tirar a mulher de seus momentos cavernosos - profunda escuridão
emocional.
No entanto, o homem não consegue fazer uso de seus recursos
naturais para isso. Ele os usa para outros fins e e outros momentos, que acabam
ferindo a mulher. Fazendo com que a mulher rejeite tais características dele e
só veja aspectos negativos neles. Ele não sabe muito bem (ou nada), como lidar
com uma mulher que esteja expressando a turbulência emocional que há dentro
dela.
A mulher por sua vez, espera e deseja que o homem a ajude, pois
ela não sabe que possui essa força dentro dela. Ela espera que venha uma de
fora uma ajuda - do masculino. A mulher deseja o salvador-homem que a traga de
volta à razão, ou por vezes ela sonha que ele a acolha, a compreenda, a ouça em
sua profundidade.
A mulher precisa perder essa expectativa, pois se o homem também
não sabe ainda ajudá-la, tudo tende a ficar mal resolvido entre eles. Ela por
esperar dele e ele por não saber o que fazer, não se agrada nada em vê-la nesse
caos.
A mulher precisa aprender a acionar, ativar, exercitar, seu lado
prático, objetivo, racional e frio para sair do próprio caos emocional que
entrou. Cabe a ela fazer isso por si mesma. O que ela ainda não sabe é que
possui aspectos da masculinidade suficiente dentro dela para salvar-se a si
mesma.
Quanto menos acesso o homem possui ao universo feminino dentro
dele (também desconhecido para ele), menos chance ele possui de compreender o
feminino na mulher. Ele fica sem saber o que fazer com a subjetividade dela.
Com isso mulher e homem se estranham. Ela o acusa de frieza e
praticidade demais. Ele a acusa de exagerada, melancólica demais. Bom seria se
conseguissem se estreitar, se aproximar um do outro a ponto de se
familiarizarem com os aspectos "estranhos" do outro. A partir disso,
descobririam que só é estranho o que existe dentro do outro àquilo que não
descobriram que há em sí mesmo.
Outubro/12.
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