domingo, 3 de abril de 2016

O masculino e o feminino

A mulher, em seu caos interior possui uma tendência a se perder, a se desorganizar, a sentir-se cansada e parar.

São várias as razões que a levam a isso, no entanto, seria de bom grado que o homem conseguisse trazê-la de volta ao mundo real. Poderia o homem, usar de suas características naturais e ajudá-la, fazendo uso de sua praticidade, de sua racionalidade, de sua objetividade a até da sua frieza e fazer com que a mulher retome suas forças. Em outras palavras, o homem possui o antídoto para tirar a mulher de seus momentos cavernosos - profunda escuridão emocional.

No entanto, o homem não consegue fazer uso de seus recursos naturais para isso. Ele os usa para outros fins e e outros momentos, que acabam ferindo a mulher. Fazendo com que a mulher rejeite tais características dele e só veja aspectos negativos neles. Ele não sabe muito bem (ou nada), como lidar com uma mulher que esteja expressando a turbulência emocional que há dentro dela.

A mulher por sua vez, espera e deseja que o homem a ajude, pois ela não sabe que possui essa força dentro dela. Ela espera que venha uma de fora uma ajuda - do masculino. A mulher deseja o salvador-homem que a traga de volta à razão, ou por vezes ela sonha que ele a acolha, a compreenda, a ouça em sua profundidade.

A mulher precisa perder essa expectativa, pois se o homem também não sabe ainda ajudá-la, tudo tende a ficar mal resolvido entre eles. Ela por esperar dele e ele por não saber o que fazer, não se agrada nada em vê-la nesse caos.

A mulher precisa aprender a acionar, ativar, exercitar, seu lado prático, objetivo, racional e frio para sair do próprio caos emocional que entrou. Cabe a ela fazer isso por si mesma. O que ela ainda não sabe é que possui aspectos da masculinidade suficiente dentro dela para salvar-se a si mesma.

Quanto menos acesso o homem possui ao universo feminino dentro dele (também desconhecido para ele), menos chance ele possui de compreender o feminino na mulher. Ele fica sem saber o que fazer com a subjetividade dela.

Com isso mulher e homem se estranham. Ela o acusa de frieza e praticidade demais. Ele a acusa de exagerada, melancólica demais. Bom seria se conseguissem se estreitar, se aproximar um do outro a ponto de se familiarizarem com os aspectos "estranhos" do outro. A partir disso, descobririam que só é estranho o que existe dentro do outro àquilo que não descobriram que há em sí mesmo.




                                             
                                                       Outubro/12.


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