Muitos estão em busca da resposta para
a pergunta que ecoa dentro do ser:
Porque
e para quê vivemos?
"Aquietai-vos" |
A era da busca dos sentidos, onde o
sentimento de vazio está presente na criança que tenta se preencher com tantos
brinquedos, no adolescente que mergulha no mundo virtual, no jovem que anseia
por sexo, droga e realização pessoal e no idoso que quer um alento para a
solidão. Tudo se contrapondo e se misturando com a necessidade de sentido:
.A era das necessidades da explicação;
.Da racionalização;
.Da compreensão psíquica e do entendimento palpável.
E então a busca pelo sentido já não é mais pelo sentido do que é sentido, mas do
que é compreendido.
O sentido do que é sentido se perdeu, tornou-se uma explosão de
impulsos, de instintos e de necessidades momentâneas.
O amor entrou no processo de amor aos
instintos, à fome de coisas que não preenchem, que dura tanto quanto o prazer
das explosões. E depois de vivê-lo, cai-se no vazio.
Todos dizem amar, mas quase ninguém
mais sabe o que é amar.
Aquele que busca respostas para o preenchimento do ser para além do preenchimento da
alma e do corpo, possui mais chances de encontrar suas respostas.
O vazio está no centro do nosso ser – o vazio está no
profundo, onde se aloja o espírito humano. O mesmo que nos foi colocado
pelo Criador da vida. Ele é espírito, por isso também temos um espírito e enquanto o
espírito não for vivificado, ou seja, enquanto o espírito não ganhar vida
dentro de nós, jamais preencheremos nosso vazio, tão pouco responderemos o
sentido da nossa existência.
Nessa hora vale-nos que voltemos aos
ensinamentos sobre o verdadeiro amor e quem de fato sabe sobre isso. Ele – o
Amor – quem nos responde sobre o sentido da vida.
Jesus ordenou que cumpríssemos um único mandamento para que nossa vida valesse a pena
e vivêssemos bem. Ele sabia que estaríamos à procura do sentido de nossa
existência.
“Procurem fazer o que eu faço, amem
como eu vos amo” – Jo. 13:34
A resposta para nosso vazio está no ato de amar como Ele amou.
Amem, “mas amem como eu vos amo”
É o amor da prática do bem na direção
de todos.
Ele não falava do amor romântico, Ele
falava do amor que supre a necessidade de quem pode estar ao lado ou muito distante.
Ele chegou a perguntar ao cego “O que queres
que te faça?”, a fim de saber se a pessoa responderia a respeito daquilo que
precisava de fato ou apenas de seu desejo ou vontade.
Se Jesus lhe fizer essa pergunta hoje,
o que responderia a Ele? Quero realização pessoal ou quero que preenchas meu
vazio existencial? Caso responda querer realização pessoal, provavelmente Ele responderia: "Lute até que consiga o que desejas". Caso responda que quer preencher seu vazio,
sua falta de sentido, Ele lhe responderia: Eu Sou o que você precisa!
Então lhe diria: “Entrarei em você para
que você ame ao próximo como eu vos amo e seu vazio será preenchido”.
O que irá nos preencher é o que
praticamos e não algo que queremos sentir ou receber.
Como Ele amava as pessoas? Amava
oferecendo aquilo que elas necessitavam.
É diferente daquilo que eu
acho que ela precisa, e muito menos daquilo que ela
quer, mas aquilo que ela necessita.
Não é distribuição de cestas básicas
aleatórias ou abraços de simpatia.
Só sabemos o que uma pessoa
realmente necessita quando olhamos para dentro dela. Estamos sempre a confundir o
que é necessidade, o que é desejo e o que é vontade.
Cristo
sabia que se atendesse nossas vontades, ela não se saciaria devido a nossa
insaciedade. Se atendesse nossos desejos, nos tornaríamos tiranos, exigentes e
arrogantes, devido nossa imaturidade.
Há os
que necessitam de comida, água, casa, roupas, remédios. Há os que precisam de
atenção, carinho, cuidados, conversas, falas, ou serem ouvidos. E há os que
precisam de valores, princípios para a vida, direcionamento e até correção.
Amar
como Cristo ama é oferecer o bem para que a pessoa cresça e caminhe na direção
de Deus-Pai. Amar como Cristo ama é mostrar através dos nossos atos que Ele é bom.
Através disso, a pessoa consegue perceber que Deus habita dentro de nós.
Jesus disse:
“Ame como vos amo”.
“Estou fazendo isso e dessa maneira para lhes mostrar o
caminho para meu Pai, e todos que fizerem como Eu, serão meus irmãos e estarão
mostrando o caminho a outros mais. Nunca mais se sentirão vazios e nem falta de
sentido na vida, porque quem ama como Eu amo, está suprido do amor que Eu dou e
do amor que oferece aos outros”.
Nossa função na vida é amar - O Verbo
invisível, não palpável, mas sentido, experimentado, encarnado.
Também
nos diz: “Meu Pai ama os injustiçados, o rejeitado, o discriminado, o ignorado,
o de aparência feia, o marginalizado, o que sofre dores, o que está humilhado.
Todo àquele que estiver em condições desfavorável, em condição de humilhação,
esse meu Pai tem amor especial. Por isso amem a esses em especial”.
Estaremos
sendo uma ponte. Ao oferecermos a esses, aquilo que já recebemos Dele,
estaremos dizendo: Olhe para mim e veja Quem estou copiando, veja Quem estou seguindo.
Nossos atos, ações e atitudes de amor
real que atendem as necessidades e não as vontades estarão transmitindo a
mensagem de que assim como O Pai fez a mim, faço a você, para que você saiba
que Ele é bom - No entanto, não olhe para mim, não me valorize, olhe para Ele,
pois foi Ele que fez isso em mim - Ofereço o que recebi.
Fazer o que Ele nos manda, através da consciência de que fomos supridos em nossas
necessidades e por isso, agora podemos suprir alguém.
Ao fazer isso, supriremos
o próximo em sua necessidade para que não sofra o vazio que um dia sentimos. Isso
é amor.
Nesse
processo, nosso vazio se vai.
Ele
nos enche e cheios, não retemos, mas distribuimos. Estaremos cumprindo o mandamento: “Amem como vos amo”.
Iseli
Jan/17.
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