domingo, 22 de janeiro de 2017

Necessidade, desejos e vontades.

              Muitos estão em busca da resposta para a pergunta que ecoa dentro do ser:

Porque e para quê vivemos?

"Aquietai-vos"
A era da busca dos sentidos, onde o sentimento de vazio está presente na criança que tenta se preencher com tantos brinquedos, no adolescente que mergulha no mundo virtual, no jovem que anseia por sexo, droga e realização pessoal e no idoso que quer um alento para a solidão. Tudo se contrapondo e se misturando com a necessidade de sentido:

.A era das necessidades da explicação;
.Da racionalização;
.Da compreensão psíquica e do entendimento palpável.

E então a busca pelo sentido já não é mais pelo sentido do que é sentido, mas do que é compreendido. 
O sentido do que é sentido se perdeu, tornou-se uma explosão de impulsos, de instintos e de necessidades momentâneas.
O amor entrou no processo de amor aos instintos, à fome de coisas que não preenchem, que dura tanto quanto o prazer das explosões. E depois de vivê-lo, cai-se no vazio.

Todos dizem amar, mas quase ninguém mais sabe o que é amar.

Aquele que busca respostas para o preenchimento do ser para além do preenchimento da alma e do corpo, possui mais chances de encontrar suas respostas.

O vazio está no centro do nosso ser – o vazio está no profundo, onde se aloja o espírito humano. O mesmo que nos foi colocado pelo Criador da vida. Ele é espírito, por isso também temos um espírito e enquanto o espírito não for vivificado, ou seja, enquanto o espírito não ganhar vida dentro de nós, jamais preencheremos nosso vazio, tão pouco responderemos o sentido da nossa existência.

Nessa hora vale-nos que voltemos aos ensinamentos sobre o verdadeiro amor e quem de fato sabe sobre isso. Ele – o Amor – quem nos responde sobre o sentido da vida.

Jesus ordenou que cumpríssemos um único mandamento para que nossa vida valesse a pena e vivêssemos bem. Ele sabia que estaríamos à procura do sentido de nossa existência.

“Procurem fazer o que eu faço, amem como eu vos amo” – Jo. 13:34

A resposta para nosso vazio está no ato de amar como Ele amou.

Amem, “mas amem como eu vos amo”

É o amor da prática do bem na direção de todos.

Ele não falava do amor romântico, Ele falava do amor que supre a necessidade de quem pode estar ao lado ou muito distante.

Ele chegou a perguntar ao cego “O que queres que te faça?”, a fim de saber se a pessoa responderia a respeito daquilo que precisava de fato ou apenas de seu desejo ou vontade.

Se Jesus lhe fizer essa pergunta hoje, o que responderia a Ele? Quero realização pessoal ou quero que preenchas meu vazio existencial? Caso responda querer realização pessoal, provavelmente Ele responderia: "Lute até que consiga o que desejas". Caso responda que quer preencher seu vazio, sua falta de sentido, Ele lhe responderia: Eu Sou o que você precisa!

Então lhe diria: “Entrarei em você para que você ame ao próximo como eu vos amo e seu vazio será preenchido”.

O que irá nos preencher é o que praticamos e não algo que queremos sentir ou receber.

Como Ele amava as pessoas? Amava oferecendo aquilo que elas necessitavam.

É diferente daquilo que eu acho que ela precisa, e muito menos daquilo que ela quer, mas aquilo que ela necessita.

Não é distribuição de cestas básicas aleatórias ou abraços de simpatia.

Só sabemos o que uma pessoa realmente necessita quando olhamos para dentro dela. Estamos sempre a confundir o que é necessidade, o que é desejo e o que é vontade.

Cristo sabia que se atendesse nossas vontades, ela não se saciaria devido a nossa insaciedade. Se atendesse nossos desejos, nos tornaríamos tiranos, exigentes e arrogantes, devido nossa imaturidade.

Há os que necessitam de comida, água, casa, roupas, remédios. Há os que precisam de atenção, carinho, cuidados, conversas, falas, ou serem ouvidos. E há os que precisam de valores, princípios para a vida, direcionamento e até correção.

Amar como Cristo ama é oferecer o bem para que a pessoa cresça e caminhe na direção de Deus-Pai. Amar como Cristo ama é mostrar através dos nossos atos que Ele é bom. 
Através disso, a pessoa consegue perceber que Deus habita dentro de nós.

Jesus disse: “Ame como vos amo”. 
“Estou fazendo isso e dessa maneira para lhes mostrar o caminho para meu Pai, e todos que fizerem como Eu, serão meus irmãos e estarão mostrando o caminho a outros mais. Nunca mais se sentirão vazios e nem falta de sentido na vida, porque quem ama como Eu amo, está suprido do amor que Eu dou e do amor que oferece aos outros”. 

Nossa função na vida é amar - O Verbo invisível, não palpável, mas sentido, experimentado, encarnado.

Também nos diz: “Meu Pai ama os injustiçados, o rejeitado, o discriminado, o ignorado, o de aparência feia, o marginalizado, o que sofre dores, o que está humilhado. Todo àquele que estiver em condições desfavorável, em condição de humilhação, esse meu Pai tem amor especial. Por isso amem a esses em especial”.

Estaremos sendo uma ponte. Ao oferecermos a esses, aquilo que já recebemos Dele, estaremos dizendo: Olhe para mim e veja Quem estou copiando, veja Quem estou seguindo.

Nossos atos, ações e atitudes de amor real que atendem as necessidades e não as vontades estarão transmitindo a mensagem de que assim como O Pai fez a mim, faço a você, para que você saiba que Ele é bom - No entanto, não olhe para mim, não me valorize, olhe para Ele, pois foi Ele que fez isso em mim - Ofereço o que recebi.

Fazer o que Ele nos manda, através da consciência de que fomos supridos em nossas necessidades e por isso, agora podemos suprir alguém.

Ao fazer isso, supriremos o próximo em sua necessidade para que não sofra o vazio que um dia sentimos. Isso é amor.

Nesse processo, nosso vazio se vai.

Ele nos enche e cheios, não retemos, mas distribuimos. Estaremos cumprindo o mandamento:                                                   “Amem como vos amo”.



Iseli
Jan/17.

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